quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

NOTÍCIÁRIO GASTRONÓMICO

A ceia ontem foi divinal. Cozinheiro exímio ― “chef” dos “chefs” no que ao bacalhau diz respeito ―, a iguaria saída destas mãos que ora teclam estas singelas palavras noticiosas conclamava a presença de toda a corte celestial para um banquete que foi sublime e decorreu ao som das harpas dos anjos e querubins, tendo Baco sido pródigo em líquidos espitituosos do melhor sabor e supinos efeitos.

O cozido de hoje, ao almoço, é que foi um bico de obra dos diabos ― destemido e suicidário lancei-me a confeccionar o primeiro cozido à portuguesa da minha história pessoal e culinária, logo no dia de Natal ―, resultado: um prato medíocre porque com demasiado sal (não soube dessalgar convenientemente as carnes e isso foi um quase pantagruélico desastre), valeram-me todos os truques conhecidos em que o maior e mais eficaz, a mudança sucessiva da água de cozedura, de dez em dez minutos, me (nos) salvou do inferno ― só assim foi possível apurar umas carnes que se degustasse sem necessidade de um nefrologista de serviço com o hemodializador em riste, mesmo ao lado de cada comensal.

Mas... o tinto, Brites Aguiar, 15,5% by volume, sossegou as hostes, amansou as feras e acabou por favorecer um repasto aceitável, mas não sublime como seria de desejar e se esperava que fosse.

Embalado pelos vapores das espirituosas bebidas entretanto consumidas, aqui me encontro a fazer este relato sucinto, desejando a todos que têm a paciência de me lerem UM BOM DIA DE NATAL.