Quando o jornal PUBLICO desapareceu pela primeira vez na sua versão online, escrevi dizendo claramente que achava que era uma má decisão porque quem lia online, também comprava o jornal em papel porque sabia que a versão impressa traz sempre mais conteúdo, e porque ler em papel é diferente e apraz bastante.
Mas também disse que jornal que não dispense parte do seu conteúdo online é jornal condenado a não ser comprado por muita gente; porque, frisei de novo, quem lê online também compra papel .
Vem agora o Abrupto tentar mais uma vez caracterizar-nos um pouco taxonomicamente dizendo-nos que nós os blogueadores nos limitamos a ler os jornais online e não ligamos nenhuma aos jornais impressos.
Não é um erro dos blogueadores que está na base desta verdade; é um erro dos editores dos jornais que acham que é escondendo bem escondidinho o seu produto que o tornam mais apetecido.
Mentira! A vastidão da Internet felizmente é hoje tão grande, preenche de tal maneira as necessidades de notícia e busca de artigos sobre os mais variados temas, que só competindo na Internet (atenção que eu não disse contra a Internet – que é o que alguns jornais estão a tentar fazer, sem sucesso nenhum, aliás -) que os jornais poderão ganhar leitores para as suas versões em papel.
Repito mais uma vez: quem lê online também lê, e muito, em suporte papel (livros, revistas, jornais); mas não lê - se calhar por revanchismo – e eu faço-o! os jornais escondidinhos.
Eu comprava o Expresso todas as semanas, e o PUBLICO três vezes por semana. Agora compro zero de um e de outro. Nem quero saber deles. Desde que passaram a obrigar ao pagamento da sua leitura online que deliberadamente me esqueci que existem.
Mas o caso do PUBLICO, como escrevi aqui, é ainda mais caricato: aqueles crânios que o dirigem e editam meteram-no num sarcófago ao retirarem ao Google a autorização para o “cachear”.
E agora só lhes falta construir a pirâmide com a câmara funerária onde vão colocar o sarcófago com o jornal.