quarta-feira, 27 de abril de 2005

AI DJARFOGO, DJARFOGO

Na Ilha do Fogo há noites magníficas iluminadas apenas pela luz das estrelas. Vou lá estar a partir do dia 30 deste mês para, olhando o céu estrelado e conversando com minha mãe, relembrar as noites em que ela, passeando-me ao colo pelo pátio da nossa casa, cantando baixinho uma canção de embalar, me ajudava a conciliar o sono enquanto lá em cima as estrelas me fascinavam com o seu brilho.

– Xô, piegas! Pára lá com esta redacção da quarta classe! Não seria melhor falares dos amigalhaços que lá te esperam para juntos beberem um bom copázio e curtirem uma boa paródia, em vez de andares por aqui a relembrar essas coisas?

– Pois é: talvez fosse melhor falar desses amigos. Mas o fascínio daquele céu… o calor daquelas noites… o silêncio, o silêncio daquela terra austera e mãe de todos nós… Como não relembrar isso com saudade?