segunda-feira, 9 de abril de 2012

MEDICAMENTOS GENÉRICOS III


INFORMAÇÃO IMPORTANTE

Por favor, não negligencie o conhecimento desta informação. Pode parecer-lhe um texto longo e fastidioso, mas creia que é importante para si e para qualquer cidadão, em qualquer parte do mundo, o conhecimento do mesmo. É que você pode estar hoje de perfeita saúde, mas não se esqueça que cada um de nós é, permanentemente, e no mínimo, um doente potencial.

Para facilitar as coisas vou dar-lhe em primeiro lugar conhecimento das conclusões (e meus comentários) e depois então lhe fornecerei os links para os textos-base que sustentam essas conclusões (sendo a tradução e os comentários da minha inteira responsabilidade).

1. Os medicamentos genéricos não são necessariamente bio-equivalentes entre si, apesar disso a substituição de um genérico por outro é corrente.

[Comentário: A bio-equivalência* é o problema-chave, pelo que a substituição de um medicamento original por um genérico, ou de um genérico por outro genérico, na farmácia, não deveria ser permitida enquanto a bio-equivalência entre o genérico e o fármaco original, e entre um genérico e outro genérico não for provada ― Não basta o genérico conter a mesma substância do original ou de outro genérico, é isso!].


2. Respeitante às Drogas Inovadoras ― por exemplo, para o tratamento de arritmias cardíacas ― os genéricos envolvidos, apesar da sua reportada bio-equivalência são claramente não-equivalentes sob o ponto de vista terapâutico.

[Comentário: Relativamente às Drogas Inovadoras, pelos vistos, nem o facto de os genéricos respeitarem a bio-equivalência é suficiente para se confiar neles ― porque os resultados terapêuticos são diferentes dos do medicamento original].

E nem vou traduzir: «In patients with cardiac arrhythmias, arrhythmia recurrence, proarrhythmia, and death have been reported in association with antiarrhythmic drug formulation substitution. Despite their reported bioequivalence, the generic agents involved were clearly not therapeutically equivalent


(*) A bio-equivalência de um fármaco ou medicamento em relação a outro significa que a quantidade do fármaco disponível no sangue do doente a cada momento e por determinado período de tempo, é igual ou equivalente à quantidade e tempo de disponibilidade do medicamento original. Se assim não for, os medicamentos não são bio-equivalentes e então o genérico não substitui convenientemente o medicamento original. Vamos supor um antibiótico que deve circular no organismo a uma taxa constante de disponibilidade de 400 mg durante 24 horas; não pode ser substituído por um genérico com a mesma substância, mas que se disponibiliza a uma taxa de também 400 mg mas só durante 13 horas, por exemplo (e que depois nas restantes 11 horas se disponibiliza a 200 mg, a 100 mg ou a 10 mg).

Mas há mais problemas. E os que se prendem com as condições de fabrico de medicamentos não são dispiciendos. Ver aqui um exemplo: The New England Journal of Medicine:

«In general, generic drugs are sold for very limited profit, as fixed by Medicare legislation, and therefore are produced as inexpensively as possible, using older and less efficient production facilities, and with limited inventories to reduce carrying costs for the company. Contamination of commercial drug vials with particulate or biologic matter has led to the closure of several key plants (Bedford and Hospira).»