Prática de ACTUAÇÃO TRIGÉSIMA QUARTA:
“Ser culto es el único modo de ser libre”
José MARTÍ (1853-1895).
SIDA não é mais nem menos que a SIGLA do
Síndroma de Imunodeficiência Adquirida, mais
Conhecido sob o seu acrónimo SIDA (em inglês:
AIDS, por seu turno acrónimo de Acquired Immune
Deficiency Sindrome), ou SIDA, em português.
Define-se, como: Um conjunto de sintomas
Consecutivas à destruição de várias células do
Sistema Imunitário por um retrovírus.
(A) Na verdade, o vírus responsável pelo SIDA, propagou-se (menos rapidamente), na África Ocidental (quiçá), porque as estradas (que conduzem), para o norte desde o epicentro congolês estavam menos desenvolvidas. Demais (e por outro), numerosas citadinas da região, comerciantes, conheciam uma maior independência económica. Aliás, quase todos os homens (aí) eram circuncisos e (por outro), a enfermidade (sexualmente transmissível), mais perigosa (a provocada pelo herpes simplex V-2), aí se encontrava menos difundida que algures. Enfim, de salientar (outrossim), que as permutas de parceiros permanecia pouco espalhadas nas sociedades muçulmanas.
(B) O principal Centro de infecção pelo VIH-1 foi a Cidade de Abidjan (Costa do Marfim), donde as prostitutas e os seus clientes difundiram a enfermidade para outras cidades costeiras, enquanto os trabalhadores itinerantes a propalavam no norte e nas regiões de savana. E, mais à oeste, na Guiné-Bissau, uma forma menos virulenta (o VIH-2), aparentemente, contraída junto dos macacos da região, torna-se (brevemente), epidémica durante a guerra de libertação de 1960-1974. Todavia, de anotar, que declinou, ulteriormente.
(C) De referir (entretanto), que na África do Norte, a enfermidade permanecerá pouco espalhada (antes de tudo), por razões que se prendem com os constrangimentos impostos pela religião muçulmana, no atinente aos comportamentos sexuais. Já agora, para os integristas, o SIDA foi mesmo considerado como uma consequência da Jahiliyya.
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Destarte, verifica-se, no ano 2005, que perto de vinte e cinco milhões de Africanos viviam com o SIDA e treze milhões morreram vítimas desta enfermidade. Ou seja: Mais que todas as vítimas do tráfego negreiro atlântico, num lapso de tempo de quatro séculos! Concomitantemente, doze milhões de crianças perderam (pelo menos), um parente, como consequência da enfermidade.
Com efeito, se a África tinha sofrido à este ponto por causa desta enfermidade, é que esta última se propalara no conjunto da população heterossexual, antes mesmo que se soubesse que a enfermidade existia, realmente, enquanto, nos outros continentes (ela), tinha sido (geralmente), importada em grupos específicos (como os homossexuais ou os “drogados”), que podiam (mais facilmente), ser isolados e tomados como alvo.
E, em jeito de cotejo (avisado), os modos de comportamento sexual permaneciam secundários, pois que, os Africanos não são mais depravados que muitos outros povos, mesmo se as redes de permutas de parceiros eram mais vastas e mais perigosas que as das sociedades muçulmanas e da maioria das culturas asiáticas, onde a atividade sexual fora do casamento é mais limitada! Infelizmente, o “medíocre estatuto” das mulheres (sobretudo, numa boa parte da África oriental e austral), desempenhou um papel relevante. De feito, em 2005 (elas) representavam 57% dos casos de infecção, percentagem mais elevada do Mundo.
Na realidade, as enfermidades (sexualmente) transmissíveis estavam (outrossim), mais espalhadas em África (designadamente), o HSV-2, provocando úlceras genitais, que se desenvolvem em simbiose com o SIDA.
Afigura-se-nos, relevante, sublinhar, que a urbanização célere e (frequentemente), caótica do Continente vinculou a epidemia ao crescimento demográfico maciço do período, em questão e apreço. Aliás, do mesmo modo, se pode afirmar acerca da proporção (excepcionalmente), elevada de jovens e (todo particularmente), expostos aos riscos.
Identicamente, a pobreza, favorecendo a prática do comércio da atividade sexual (conquanto, sem dúvida, secundariamente), contribuiu para a explosão da epidemia, visto que, havia (com efeito), muito mais pobres na Ásia que em África, onde a epidemia não se concentrou (de modo significativo), como o mostrou o exemplo do Botswana, onde (ela), foi, assaz virulenta!
Enfim (de anotar), entretanto, que (na verdade), a insuficiência dos sistemas médicos africanos (sobretudo), no lugar onde (eles), tinham sido erodidos pelos programas de ajustamento estrutural, atrasou a identificação da enfermidade e, além disso, contribuiu (enormemente), para o agravamento dos sofrimentos dos enfermos do SIDA (enquanto atrasava), o uso de medicamentos antirretrovirais. E, eis porque, não deixa de ser (assaz pertinente), assinalar, que, em 2005, faltava um milhão de trabalhadores de Saúde, na África subsariana!
Lisboa,19 Fevereiro 2012
KWAME KONDÉ
(Intelectual/Internacionalista --- Cidadão do Mundo).