Quem tiver a curiosidade intelectual de adquirir um conhecimento breve da História de Cabo Verde, encontra aqui neste artigo muita informação de interesse.
O autor fez um trabalho digno de realce, admiração e agradecimento, tanto pela sua (dele autor) qualidade de escrita e rigor histórico (descritivo e cronológico), bem como, e sobretudo, por se ter distanciado correctamente dos acontecimentos relatados, no que não se deixou envolver emocional, ideológica, política ou etnicamente, ao longo de todo o texto narrativo, abstendo-se totalmente de opinar. ― 20 valores para este trabalho.
A natureza e clareza deste trabalho (bem como uma boa quantidade de textos históricos antigos catalogados em bibliotecas e arquivos de Portugal, Itália e Holanda) demonstram, sem quaisquer dúvidas, que será muito difícil (senão impossível) acontecer algo que já se sussurra em Cabo Verde: o nascimento de um projecto financiado com dinheiro fresco destinado a (re)escrever a História de Cabo Verde revendo-a sob o prisma ideológico e etnológico, adaptando-a a uma corrente política nacionalista-africanista perseguindo a consagração in nomine de figuras gradas (e algumas até menos gradas) dos movimentos de libertação das colónias, no que o povo cabo-verdiano sairia com um papel de apenas suporte das lutas “encabeçadas” por este ou aquele herói ― quando, na verdade, o verdadeiro e único herói que sobressai na História de Cabo Verde ― e merece por isso todos os pedestais que se possa imaginar ― é o Povo cabo-verdiano, ele próprio.