sexta-feira, 25 de março de 2011

A CRISE POLÍTICA (I)

Como cidadão português e contribuinte líquido, estou disposto a aceitar medidas penalizadoras do meu poder de compra (diga-se cortes nos rendimentos e aumento de impostos) desde que eu seja claramente esclarecido (passe o pleonasmo) e convencido de que o meu sacrifício vai no caminho de uma efectiva saída da crise que Portugal atravessa: desde que seja apresentado aos portugueses um plano de acção governativa que contemple um limite temporal (mesmo que vago) para os tempos de sacrifícios que se tem de fazer para debelar a crise ― e digo “debelar” e não apenas “combater” porque combater de olhos fechados é o mesmo que enfiar a cabeça na guilhotina ―.

O que eu quero dizer claramente é que tem de haver uma previsão séria de quando se atenuarão e quando acabarão ― porque têm de acabar ― os sacrifícios ora pedidos e a pedir.

É preciso ― e isso é importante ― dizer claramente aos portugueses que os sacrifícios, ora pedidos e a pedir, são temporários; que não são «para sempre» como afirmou o ministro Teixeira dos Santos.