quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

ANÁLISE PURAMENTE LÓGICA

Cavaco tinha razão quando disse a Defensor Moura «O senhor, para ser mais honesto do que eu teria de nascer duas vezes». Com esta frase Cavaco não pretendeu dizer que o adversário era menos honesto do que ele (Cavaco). Nem que ele (Cavaco) era mais honesto; e muito menos ainda que era absolutamente honesto ― e esta era a novidade escondida na frase ― pois Cavaco sabe (como todos nós sempre soubemos) que não há neste mundo uma única pessoa absolutamente honesta. É que a haver disso, Einstein teria de nascer pela segunda vez, não para reformular a Teoria da Relatividade, mas para dar uma mãozinha necessária aos filósofos sobre como abordar o relativismo dos conceitos e a sua aplicação prática.

Podíamos ficar por aqui. Mas não terminemos esta análise sem chamar a atenção do leitor para isto que é real:


Manuel Alegre, pelo que se soube desde ontem, divulgado por Teresa Caeiro no Jornal das Nove da SIC Notícias e confirmado hoje por facsimiles publicados na Net, não é imaculado ― graças a Deus, portanto! Assim Einstein pode continuar a dormir em paz na sua tumba.

E quanto a Cavaco? ― Bem, o próprio já disse que a honestidade tem graduações (mais, menos, igual). E aquela dos 147% de lucro em acções da SLN insere-se nesta realidade.

Descansem por isso os portugueses: Portugal está entregue a pessoas normais ― pouco, mais ou menos normais ― diria. Se são capazes de administrar a soberania e o território, e servir as populações, em conformidade com os seus (deles) deveres ― isso já é outra história. Manuel Maria Carrilho tem, quanto a mim, toda a razão no que escreve hoje no DN mostrando-nos que com esta gente não se vai lá.