quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

ELOGIO DA GENEALOGIA

Eu sei, eu sei, vou falar de anacronismos e dizer disparates. De há muito a chusma dos desenraizados “decretou” a inutilidade da História familiar. De qualquer história. Eu pertenço aos que discordam disso e reconhecem o enormíssimo e imprescindível papel da História familiar na compreensão de vários aspectos essenciais da vida das sociedades. Como sou destes ― hoje quero falar de (e realçar) um aspecto relevante da vida das pessoas, cujo, por ser tão praticado socialmente, mor das vezes até é desvalorizado e julgado inútil.

Isto de se dizer que «Cada um vale por si» não é bem assim.

Mais correctamente será talvez dizer que “cada um vale também por si” ― tanto quando é o próprio a fazer uma auto-avaliação, como e sobretudo quando são os outros a fazê-la.

É que cada um, além de valer por si, também vale (às vezes muitíssimo, outras pouco, e outras ainda muito pouco ou mesmo pouquíssimo) pela soma da sua genealogia à sua biografia pessoal. E quanto mais cada pessoa souber sobre (e poder rever) a sua genealogia, melhor aquilatará do seu valor real como cidadão.

Por isso, porque também me conheço através dos meus antepassados, quero deixar hoje, aqui, o meu muito obrigado a todos aqueles (e a alguns familiares ainda vivos) que trabalharam e trabalham, com dedicação, na construção da árvore genealógica da minha família, pois, sem o trabalho deles não tenho a menor dúvida de que ― tal como qualquer outro ser humano que se apanhasse nas mesmas circunstâncias ― sentir-me-ia um pouco órfão, perdido e fragilizado nesta sociedade de hoje que, para este efeito e quando se trata de “receber alguém no seu seio”, cuida sempre de saber “Quem é este e de onde é que vem”.

A democracia dos últimos tempos varreu, oportuna e convenientemente, a genealogia para debaixo do tapete da História para mais facilmente tentar chegar à utopia do “igualitarismo”.

Que por ser isso mesmo ― uma utopia ― continuará a não impedir que as sociedades se interessem pela História e vivam em grande parte da História.
Da História Universal; da História das Nações; da História das Famílias, etc., etc.

Saiba-se que os Estados Unidos atribuem tal importância à genealogia que espalharam “enviados especiais” por todo o mundo, autênticos soldados de recolha de informação genealógica e de outra índole, que reportam indirecta e regularmente os elementos recolhidos e compilados à Inteligentia americana.

É voz corrente planetária que organizações como O corpo da Paz (a despeito das condições de elegibilidade dos seus membros); os Mormons, etc., são exímias nesse trabalho.

E você! Já se preocupou alguma vez em saber (bem) quem realmente é e quanto vale?!...