quinta-feira, 7 de outubro de 2010

POSIÇÃO EM TEMPO DE CRISE

No dia em que se demonstrar que a dívida soberana dos Estados Europeus é exclusiva ou maioritariamente culpa do Modelo Social Europeu e não dos sucessivos enxames de insectos que tomaram de assalto o poder e desgovernam criminosamente os países, há décadas;

Nesse dia acenderei uma vela a Pacheco Pereira por acirrada e casseteiramente (de cassete) defender essa tese e acreditar que o fim do Modelo Social Europeu, só por si, trará a bem-aventurança a todos, incluindo o povoléu.

Até lá, e no que à crise financeira global diz respeito, continuo a concordar com os que sabem da poda e a atribuem essencialmente ao modelo financeiro vigente que sacraliza o sacrossanto Mercado (passe o pleonasmo) e transforma as pessoas em apenas números.

Toda a responsabilidade pelos abismos sucessivos em que têm tido que cair periodicamente os povos dos países industrializados do mundo é consequência do modelo financeiro vigente e dos serventuários que zelosamente o “implementam” em benefício próprio, de grupo e de classe.

É por isso que acredito que só o povo poderá mudar o rumo dos acontecimentos; as elites nunca o farão porque se prejudicarão em demasia.

E quando o povo dorme profundamente de mais ― como é o caso, actualmente ― talvez o melhor é precatarmo-nos, darmos razão a Marx (mais uma vez ― e talvez sempre, enquanto houver capitalismo), integrarmos coerentemente a classe a que pertencemos e lutarmos fundamentalmente pelos nossos interesses.

É que chega sempre a altura em que não temos mais pachorra para fantasias e solidariedades esquerdistas: como passar os dias em autoflagelação, lutando pelos interesses dos outros com pena por serem pobrezinhos e explorados, etc., enquanto até nos olham muitas vezes como autênticos parvos por isso.

Não terão à mão um pau, uma pedra, um objecto qualquer de arremesso (o "Magalhães", por exemplo) com que possam fazer-se presentes?

Não?!!!