domingo, 5 de setembro de 2010

Peça Ensaística Quadragésima Segunda, no âmbito de

 Na Peugada de NOVOS RUMOS:


Ser culto es el único modo de ser libre
José MARTÍ (1853-1895).

No cerne do Global Político:
Posta Terceira:

                Prosseguindo, o nosso Estudo, vale a pena, abordar, mais a fundo, a questão, que se prende com Le decoupage du vivant et du civil, evidenciado (leia-se, outrossim, tornado explícito), pelo filósofo francês, MICHEL FOUCAULT (1926-1984), que desembocou no contexto histórico (que é, aliás, o nosso), conducente à questão da sobrevivência e ao seu desenrolamento, num espaço político que, se ele recorta o domínio tradicional das “relações internacionais”, o invade de todos os lados. Este espaço se identificou, insinuando, de algum modo (por assim dizer), a angústia antropológica face às ameaças de todo género (do terrorismo à vulnerabilidade ecológica do Planeta), enquanto a forma Estado nação não estivesse habilitado para dar resposta satisfatória à questão dos Direitos Humanos.
                No fundo, no fundo, “o mal não surge do exterior, não é o fruto de uma contaminação”. Sim, efectivamente “é o vivo, ele mesmo que trabalha para destruir as suas próprias protecções”.


                Por seu turno, o filósofo francês, JACQUES DERRIDA (1930-2004), de modo crítico e avisado, associa a ideia de um espaço jurídico político internacional a um “no futuro” cuja a realização releva da “possibilidade desta coisa impossível”. Não se trata, neste caso, de meras precauções verbais! Trata-se, sim, efectivamente da vontade de elucidar a extraordinária dificuldade em não poder aplainar a dimensão nova do global político, se quedando numa visão puramente institucional.
                Com efeito, o global político nos projecta, num regímen de antecipação e transporta o sinal da incompletude. Demais, não pode estar circunscrito, em termos de conexão de forças, nem, outrossim, pensado como uma forma de super-estado. Ele se constrói, numa certa medida, ao lado do universo das partilhas territoriais, sem impor aos Estados e aos dispositivos clássicos da Soberania, como um poder desaprumado.

                E, em jeito de Remate, de feito, sem dúvida nenhuma:
                                Entre o Estado nação e o Global político, existe
                                A mesma polaridade que entre o regímen da
                                Sobrevivência.
                Todavia, o que é facto é que, presentemente (nos nossos dias de hoje), o Global político se encontra, numa ampla medida, na dependência das estratégias de Estados nacionais. No entanto e, por outro, como o mostra o impacto das iniciativas, que possuem característica própria e coloca sob pressão poderes, que só o domam, de modo, assaz atabalhoado.

Lisboa, 01 Setembro 2010
KWAME KONDÉ
(Intelectual/Internacionalista --- Cidadão do Mundo).