Ferreira Dinis
O mais calmo e o mais equilibrado dos condenados no processo Casa Pia. A profissão deu-lhe os conhecimentos e a experiência suficientes para encarar a prisão como um acontecimento de certa forma natural na vida de um homem; sabe que também se vive na prisão; que a prisão não é nenhum inferno nos dias de hoje; e que a vida numa prisão pode muito bem ser uma oportunidade de regeneração.
Manuel Abrantes
O mais revoltado. Ficou com a vida familiar e social destruídas. Sabe que com a condenação, a família e os amigos não engolirão a sua história. Não está minimamente preparado para ser preso. Necessita de apoio psicológico imediato.
Hugo Marçal
Sabia que poderia ser condenado. Está preparado para a prisão e tem a percepção, quase a certeza, de que a maioria das pessoas não acredita na sua história.
Carlos Cruz (com Sá Fernandes ao lado)
Está profundamente desiludido. Foi aquele que mais acreditou (talvez o único a acreditar mesmo) na sua própria história agora destruída pela condenação a 7 anos de prisão. Não esperava, de todo, este desfecho. Esperava ser ilibado ou apanhar pena suspensa. E juntamente com Sá Fernandes estaria preparado para dar uma conferência de imprensa triunfal em caso de absolvição anunciando um processo com pedido de milhões de indemnização ao Estado. Sonhou com esse dinheiro fictício e contava com ele. Foi o mais rude golpe da sua vida. Ainda “estrebucha”, mas no seu íntimo sabe que está derrotado.
Jorge Ritto
Preparadíssimo para a prisão. Consciente da realidade das coisas até já sabe o que fará depois de sair, se tiver que cumprir pena de prisão.
Carlos Silvino
Não vi uma única imagem sua nem ouvi-o pronunciar uma única palavra pelo que não posso psicologar sobre ele.
Adenda (9:46AM, de 8/9/2010): Tanto quanto me parece como cidadão comum, ao serem condenados pelo tribunal, os ex-arguidos passaram a ser pedófilos criminosos. É preciso dizer isto sem qualquer ambiguidade.