domingo, 1 de agosto de 2010

UM PAÍS ÀS AVESSAS

Quando as bolsas internacionais caem, a bolsa portuguesa sobe; quando aquelas sobem, a portuguesa desce;

Quando se faz “Um minuto de silêncio” num jogo de futebol, por exemplo, o público bate palmas fazendo um barulhão do caraças; quando se assiste a um cortejo fúnebre, os presentes batem palmas, muitas palmas (temos aí o funeral de António Feio a testemunhá-lo mais uma vez).

― Sim, palmas num funeral!

 Este deve ser o único país no mundo onde esta aberração acontece.

Está visto. Este é um país que se deseducou ao longo do tempo porque a cada dia que passa falham mais e mais as instituições que deveriam ensinar os cidadãos a serem civilizados (estou a pensar nas igrejas tradicionais, nas famílias, nas escolas e nas associações de cidadãos).

No que diz respeito a exemplos que vêm de cima... o melhor é nem falar!

A tudo isto junta-se o para mim mais grave: a Língua Portuguesa é cada vez mais mal falada; mais mal escrita; em suma, mais maltratada. Até pelos que a deviam defender em primeira linha ― os escritores portugueses (alguns vendidos a amizades e prebendas brasileiras) que, sem qualquer pinta de rebuço (fruto, talvez, da deliquescência dos princípios da nação), aceitaram e adoptaram o condenável último Acordo Ortográfico.

Dos chamados “jornalistas” não falo. Porque hoje em dia a grande maioria dos jornalistas é quase analfabeta e totalmente inculta ― é só tentar ler um jornal qualquer com alguma atenção para se ficar aterrado com o lixo de escrita e de assuntos produzidos por esses chamados “jornalistas”.

Que fazer? É o que se pergunta. Não sei, respondo eu.

*** Este texto NÃO foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico. ***

BOM DIA E BOM DOMINGO.