quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

REDES SOCIAIS

Não se contesta a utilidade das redes sociais. Que é muita. Mas elas também têm “utilidades” que nos podem chamuscar e torrar em dois tempos. Porque, por exemplo, estimulam directa e indirectamente os incautos a fornecer informação pessoal e íntima à rede.

Quer-se saber tudo de um indivíduo: “pedem” para mostrar as suas fotos, dos familiares e amigos; os seus endereços de email, o número de telefone e o local de trabalho; querem saber dos hábitos alimentares; quantos dentes furados; se costuma andar de cuecas rotas ou se não usa mesmo cuecas; se sofre ou não de hemorróidas; se tem alguma hérnia inguinal ou comichão nas partes, ou ainda lombrigas; se é homem e se tem ejaculação precoce ou se é mulher e atinge o orgasmo ou só finge que; etc., etc.

Às tantas o cidadão incauto apanha-se nu e sem qualquer segredo pessoal pois acabou por tornar público tudo o que lhe diz respeito. Fica sem “alma para o negócio” e com a sua alma pendurada em computadores alheios.

Não sei se pode haver um “eu” são (o que digo!) sem segredo; mas quer-me bem parecer que um “eu” forte, equilibrado ou não ― quer-se lá saber disso para o caso! ―, só na base de muitos segredos pessoais.

Na próxima incarnação serei psiquiatra e falarei com autoridade. Mas por ora, pelo sim pelo não, tenham cuidadinho com as informações que fornecem na Net.

Aconteceu-me "apagar" a minha página no facebook saindo de lá com a notícia de que "se quisesse reactivá-la no futuro era só entrar nela de novo com a mesma password"; fiz isso e lá reencontrei toda a informação que julgava apagada (mensagens, fotos, etc.). Tive que as apagar uma a uma antes de desactivar de novo a conta. E agora espero que a operação tenha tido sucesso; embora saiba que lá nos "armazéns" da Google fica tudinho arrumadinho para os inteligentes dos serviços de inteligência usarem se for caso disso.
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