Um mês fora de Portugal; vivendo entre o campo e a cidade Vila de S. Filipe; atarefadíssimo e preocupado com um caso de doença séria de um familiar; não tive notícias da «Piolheira» durante todo esse tempo.
Chego a Lisboa e encontro um País mergulhado numa confusão dos diabos (confusão a que já estava habituado, mas que, devido ao seu agravamento e crescimento, tenho agora que «esmiuçar» primeiro para tentar compreender minimamente o que se passa); uma sopa da pedra tendo a Justiça, a Política e os Negócios ― os seus intérpretes, entenda-se ― (com os média de permeio) como elementos fundamentais ebulindo frenética e loucamente a caminho da evaporação: a caminho de um fim trágico, pois que, da diluição do Estado à evaporação do mesmo, sempre se preferiria o primeiro, creio.
Claro que tudo isto é velho e vem de há muito; mas o testemunho que quero dar após um mês de ausência sem notícias, é que a coisa agravou-se muito nesse mesinho, e talvez esteja a acontecer na sociedade portuguesa aquilo que acontece connosco quando vendo-nos ao espelho todos os dias não notamos o ritmo do nosso envelhecimento e ficamos espantados quando alguém que não nos vê há algum tempo nos diz: ― “Estás muito mais velho, pá” ―.
Pois é! Vai-se deixando esta coisa, este ambiente político-social, evoluir no sentido da degradação em que caminha, e daqui a mais um tempinho alguém de fora (a União Europeia? A Espanha?) vem até cá e diz à malta:
― “Olhem, meus amigos, isto aqui já não é país já não é nada. É uma choldra. Vamos tomar conta disto a ver se o endireitamos ao menos até à decência, OK!” ―.
BOM DIA!
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