segunda-feira, 18 de maio de 2009

KWAME KONDÉ

INTERVENÇÃO TRIGÉSIMA OITAVA:
(B):

Prosseguindo o nosso Estudo iniciado na nossa “posta” anterior, se nos afigura pertinente, asseverar, que aos Europeus não faltavam recursos intelectuais que lhes teriam permitido edificar, como os Americanos e os Asiáticos, uma enorme indústria de bens informáticos, incluindo os componentes e os produtos finais. Pelo contrário, a robusta presença europeia na edição de softwares demonstra que os cérebros europeus não menosprezaram a revolução informática. Na verdade, todo o engenho que consegue construir o utensílio conceptual, deve poder, com certeza, construir o utensílio material que fará o seu uso apropriado.
Eis porque, a debilidade da Europa é imputável aos seus empresários e aos seus managers respectivos, jamais (de modo algum) encorajados pelos seus Estados respectivos que já tinham abandonado o terreno da política industrial. De feito, nenhuma empresa nova se aproveitou deste novo jazigo de actividades e de proveito. Precedente lastimável! Hélas!...
Enfim, de sublinhar, que não unicamente os europeus não asseguraram que os bens oriundos das suas descobertas eventuais fossem executados em demais outros continentes ignoraram, porém, se empresários e managers capazes poderão se apropriar destas descobertas para disso derivar aplicações económicas úteis.

O terceiro jazigo importante, potencialmente ilimitado, de produções manufactureiras, se encontra representado pelo abastecimento do sistema de Saúde. Neste sentido, basta recordar os três factores que determinam o dinamismo constante da procura correspondente. Ou seja:
--Primeiro factor, a esperança de vida, quase em toda a parte do Mundo, se eleva. A insistência excessiva com a qual se evoca o envelhecimento da Europa, da América e do Japão faz olvidar que a esperança de vida dos Indianos, de trinta anos na altura da proclamação da Independência, mais que duplicou e que a dos Tunisinos se encontra em condições (em situação) de se encontrar com a dos Europeus. Este único facto, ora enunciado, implica uma multiplicação das produções farmacêuticas e médicas.
--Segundo e terceiros factores: o aperfeiçoamento indeterminado dos meios terapêuticos e de diagnóstico e, outrossim, as exigências crescentes das populações para o seu conforto de vida.
Eis, efectivamente, um domínio de produções fabris que até mesmo um visionário alucinado da sociedade pós-industrial não pode tratar com desdém. Demais, sob a nobre denominação de “Biotecnologias” as fabricações correspondentes figuram na primeira fila das preocupações estratégicas dos Estados europeus.
Não há dúvida nenhuma, que a Europa poderia no porvir produzir, em quantidades crescentes, a maioria dos bens solicitados pela Saúde das populações. Se compreende, assim, pela evocação destes três domínios, que as perspectivas da produção de artigos manufacturados permanecem favoráveis. Seria necessário acrescentar, com toda lógica, a produção de todos os utensílios/ferramentas que ela exige.
Com efeito, os equipamentos especializados necessários para fabricar os televisores de ecran plat, os computadores pessoais com os seus delicados mecanismos interiores, as vacinas ou os anti-diabéticos constituem um segundo jazigo de actividades que os Europeus devem tentar produzir, tanto quanto podem.
No cômputo geral e, no total, as perspectivas de actividades dos sectores manufactureiros sustentam a promessa de uma manutenção global dos seus empregos a despeito dos ganhos de produtividade que, por seu turno, trazem como contribuição para o crescimento da produtividade global que condiciona a perenidade do desenvolvimento.

Lisboa, 16 Maio 2009
KWAME KONDÉ
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