INTERVENÇÃO QUADRAGÉSIMA PRIMEIRA:
---Não há dúvida nenhuma, que o mercado já não permite a produção de uma informação de qualidade. Eis porque, necessário se afigura concebê-la, no porvir como um autêntico Serviço Público. De feito, se a Informação continuar a ser tratada em jeito de uma mera indústria, como as demais outras, corre o risco de desaparecer num ápice, assim como, se parou o fabrico das diligências, quando toda gente passou a se deslocar, em viaturas, ou como presentemente (nos nossos dias), fenece a indústria do disco, em especial e, em particular, quando o público deixou de pagar para escutar e ouvir a música gravada.
Importante se impõe, consignar, com ênfase, que, na verdade, no âmbito de uma lógica industrial e financeira (na sua assunção assaz estulta), a Informação é, cada vez mais e mais, uma despesa inútil. Por outro, outrossim e, ainda, num grupo, sobretudo, se cotado na Bolsa, é o género de fábrica que se encerra para não oberar (onerar com dívidas) a rendibilidade e os resultados do conjunto.
Donde e daí, na nossa óptica e perspectiva, um dos Pontos relevantes do Debate à travar, no presente vivo e no futuro já próximo, dirá respeito à natureza dos órgãos de Informação.
E, no âmbito desta dinâmica, se impõe, considerar a questão seguinte:
--Devem os órgãos de Informação depender de empresas cotadas na Bolsa, de grupos familiares, de mecenas ou de fundos públicos? A resposta principia a ser avançada, visando satisfazê-la adequadamente.
E foi, efectivamente, ao concluir, de modo consentâneo, que o mercado já não podia financiar os grandes inquéritos que foi criada nos Estados Unidos da América a sociedade Pró Publica, uma agência de investigação dirigida pelo ex-director (como chefe) do Wall Street journal, Paul STEIGER.
Outrossim, de referir, que financiada por mecenas (os multimilionários Herb e Marion SANDLE) se outorgou por objectivo fornecer inquéritos aprofundados aos Médias que já não possuem os meios de os financiar sozinhos. De anotar, ainda, que, no âmbito desta dinâmica, o Center for Investigative Reporting de Berkeley e o Pulitzer Center on Crisis Reporting de Washington adoptaram identicamente, com meios mais modestos, uma démarche similar.
---A redefinição do papel das agências de Informação poderia, outrossim constituir uma outra pista excelente para ser explorada. Todavia, a conjuntura não parece das mais favoráveis. Eis porque, se afigura, pertinente e oportuno, conceber as agências de imprensa como serviços públicos de informação (na sua assunção e acepção respectiva, mais consequente) e à escala mundial, obviamente.
Antes de mais, vale a pena consignar, que as subvenções públicas aos jornais possuem efeitos assaz perversos. No entanto, em compensação, o financiamento público e, por que não, em parte privado de serviços públicos da informação poderia, caso fosse mutualizado, em grande escala, constituir uma das formas de continuar a produzir a informação necessária para a vida democrática.
Já agora, vale a pena, trazer à colação o exemplo da Associated Press, que é uma cooperativa, que permanece amplamente beneficiária e, desenvolveu, ipso facto, para os devidos efeitos, uma positiva e interessante estratégia comercial no atinente à Internet. De feito, ela extrai 17% dos seus rendimentos da Internet e, identicamente de programas televisivos.
De referir, outrossim e, ainda, que muitos sites Internet e de fornecedores de acesso têm necessidade, mesmo, se for apenas para fornecer alguns títulos e algumas linhas de texto num telefone ou num BlackBerry, destas informações cuja a lenta, porém, inexorável, desaparecimento dos jornais acabará por os domesticar e amansar. Preferirão, aliás, obviamente, os comprar às agências que os produzir eles mesmos.
E, já agora, como elucidação consentânea, temos que BlackBerry é um aparelho celular da Research in Motion, que possui funções de editor de textos, acesso à Internet, e-mail e tecnologia IPv6. É o aparelho que deu origem à categoria dos smartphones, sendo este, por seu turno, um telefone celular com funcionalidades avançadas que podem ser estabelecidas por meio de programas executados no seu Sistema Operacional.
E, em jeito de Remate assertivo, há que convir, porém, que esta via, acima enunciada e expendida, merece ser investigada, visto que, não é, por conseguinte, o momento, como avançam alguns, de “privatizar”, isto é, de entregar às únicas leis do mercado às grandes empresas de Informação, por motivos óbvios.
Demais, sabemos que existem serviços públicos de Educação ou da Saúde, por que não, imaginar um Serviço Público da Informação, independente dos poderes públicos e sem funcionários?...Donde e daí, vale a pena, consignar, que a vetusta BBC fornece, a este propósito, um outro modelo muito interessante, que vale a pena conhecer, visando uma reflexão, dialecticamente consequente.
Vejamos, então, em síntese apropriada, o seguinte:
A BBC é a maior empresa de rádio teledifusão no Mundo, que emprega aproximadamente vinte e nove mil pessoas. Desenvolveu, desde já alguns anos, serviços, em linha, de elevadíssima qualidade.
É administrada por um “Trust”, ou conselho de vigilância, formado por doze membros designados pelo governo após um longo debate público e contraditório, cuja a missão é de representar os interesses do público e de velar pela qualidade e pela independência respectiva dos programas.
É dirigida praticamente por um conselho executivo, composto por dezasseis directores, sendo o director geral designado pelo trust, os demais outros escolhidos por um comité das nomeações.
No âmbito do financiamento é financiada por pagamento (em prazos fixos) e sem publicidade, no Reino Unido. Em contrapartida, no estrangeiro, o financiamento é, em parte comercial. O serviço mundial (BBC World) recebe uma dotação/doação do Foreign Office.
Finalmente, importante, consignar, com ênfase, que a Independência da BBC, garantida por uma “carta real”, não é discutida, mesmo se as suas escolhas e as suas actividades constituem um elemento permanente do debate público. Estando, enfim, a sua missão: “informar, educar e distrair”, acima de tudo, oficialmente assegurada.
Importante se impõe, consignar, com ênfase, que, na verdade, no âmbito de uma lógica industrial e financeira (na sua assunção assaz estulta), a Informação é, cada vez mais e mais, uma despesa inútil. Por outro, outrossim e, ainda, num grupo, sobretudo, se cotado na Bolsa, é o género de fábrica que se encerra para não oberar (onerar com dívidas) a rendibilidade e os resultados do conjunto.
Donde e daí, na nossa óptica e perspectiva, um dos Pontos relevantes do Debate à travar, no presente vivo e no futuro já próximo, dirá respeito à natureza dos órgãos de Informação.
E, no âmbito desta dinâmica, se impõe, considerar a questão seguinte:
--Devem os órgãos de Informação depender de empresas cotadas na Bolsa, de grupos familiares, de mecenas ou de fundos públicos? A resposta principia a ser avançada, visando satisfazê-la adequadamente.
E foi, efectivamente, ao concluir, de modo consentâneo, que o mercado já não podia financiar os grandes inquéritos que foi criada nos Estados Unidos da América a sociedade Pró Publica, uma agência de investigação dirigida pelo ex-director (como chefe) do Wall Street journal, Paul STEIGER.
Outrossim, de referir, que financiada por mecenas (os multimilionários Herb e Marion SANDLE) se outorgou por objectivo fornecer inquéritos aprofundados aos Médias que já não possuem os meios de os financiar sozinhos. De anotar, ainda, que, no âmbito desta dinâmica, o Center for Investigative Reporting de Berkeley e o Pulitzer Center on Crisis Reporting de Washington adoptaram identicamente, com meios mais modestos, uma démarche similar.
---A redefinição do papel das agências de Informação poderia, outrossim constituir uma outra pista excelente para ser explorada. Todavia, a conjuntura não parece das mais favoráveis. Eis porque, se afigura, pertinente e oportuno, conceber as agências de imprensa como serviços públicos de informação (na sua assunção e acepção respectiva, mais consequente) e à escala mundial, obviamente.
Antes de mais, vale a pena consignar, que as subvenções públicas aos jornais possuem efeitos assaz perversos. No entanto, em compensação, o financiamento público e, por que não, em parte privado de serviços públicos da informação poderia, caso fosse mutualizado, em grande escala, constituir uma das formas de continuar a produzir a informação necessária para a vida democrática.
Já agora, vale a pena, trazer à colação o exemplo da Associated Press, que é uma cooperativa, que permanece amplamente beneficiária e, desenvolveu, ipso facto, para os devidos efeitos, uma positiva e interessante estratégia comercial no atinente à Internet. De feito, ela extrai 17% dos seus rendimentos da Internet e, identicamente de programas televisivos.
De referir, outrossim e, ainda, que muitos sites Internet e de fornecedores de acesso têm necessidade, mesmo, se for apenas para fornecer alguns títulos e algumas linhas de texto num telefone ou num BlackBerry, destas informações cuja a lenta, porém, inexorável, desaparecimento dos jornais acabará por os domesticar e amansar. Preferirão, aliás, obviamente, os comprar às agências que os produzir eles mesmos.
E, já agora, como elucidação consentânea, temos que BlackBerry é um aparelho celular da Research in Motion, que possui funções de editor de textos, acesso à Internet, e-mail e tecnologia IPv6. É o aparelho que deu origem à categoria dos smartphones, sendo este, por seu turno, um telefone celular com funcionalidades avançadas que podem ser estabelecidas por meio de programas executados no seu Sistema Operacional.
E, em jeito de Remate assertivo, há que convir, porém, que esta via, acima enunciada e expendida, merece ser investigada, visto que, não é, por conseguinte, o momento, como avançam alguns, de “privatizar”, isto é, de entregar às únicas leis do mercado às grandes empresas de Informação, por motivos óbvios.
Demais, sabemos que existem serviços públicos de Educação ou da Saúde, por que não, imaginar um Serviço Público da Informação, independente dos poderes públicos e sem funcionários?...Donde e daí, vale a pena, consignar, que a vetusta BBC fornece, a este propósito, um outro modelo muito interessante, que vale a pena conhecer, visando uma reflexão, dialecticamente consequente.
Vejamos, então, em síntese apropriada, o seguinte:
A BBC é a maior empresa de rádio teledifusão no Mundo, que emprega aproximadamente vinte e nove mil pessoas. Desenvolveu, desde já alguns anos, serviços, em linha, de elevadíssima qualidade.
É administrada por um “Trust”, ou conselho de vigilância, formado por doze membros designados pelo governo após um longo debate público e contraditório, cuja a missão é de representar os interesses do público e de velar pela qualidade e pela independência respectiva dos programas.
É dirigida praticamente por um conselho executivo, composto por dezasseis directores, sendo o director geral designado pelo trust, os demais outros escolhidos por um comité das nomeações.
No âmbito do financiamento é financiada por pagamento (em prazos fixos) e sem publicidade, no Reino Unido. Em contrapartida, no estrangeiro, o financiamento é, em parte comercial. O serviço mundial (BBC World) recebe uma dotação/doação do Foreign Office.
Finalmente, importante, consignar, com ênfase, que a Independência da BBC, garantida por uma “carta real”, não é discutida, mesmo se as suas escolhas e as suas actividades constituem um elemento permanente do debate público. Estando, enfim, a sua missão: “informar, educar e distrair”, acima de tudo, oficialmente assegurada.
Lisboa, 26 Maio 2009
KWAME KONDÉ
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KWAME KONDÉ