terça-feira, 2 de dezembro de 2008

MANIFESTO PESSOAL

Penso que é hoje consensual a afirmação de que o PCP (Partido Comunista Português) é necessário à democracia portuguesa.

Entre outras coisas não menos importantes, o PCP é necessário para garantir o equilíbrio político que leve à, e garanta a, estabilidade da sociedade portuguesa.

Mas essa arrogância desmedida do PCP, manifestada largamente neste seu último congresso, em se declarar “o único” à esquerda; em querer confiscar toda a Esquerda colocando tudo o mais à direita, é, no meu entender, um pensamento paleolítico de um totalitarismo pornográfico e demencial que não pode ser aceite.

Eu não sou do PCP nem voto no PCP. Primeiro porque não quero (e sou livre de não querer! E ponto final!), depois porque não reconheço o PCP como um partido que queira construir a verdadeira democracia que é aquela que traga liberdade para todos (liberdade de expressão do pensamento em primeiro lugar). E por isso eu detesto o fundamentalismo ideológico fossilizado do PCP.

O PCP é de esquerda; o Bloco de Esquerda é de esquerda; o Manuel Alegre e a Helena Roseta são de esquerda; eu também sou de esquerda.

E o que é que o PCP tem a ver com isto? NADA!

O PCP que lute no seu campo enquanto os outros lutarão no deles, já que o PCP quer continuar isolado no seu gueto.

Fui militante da UEC (União dos Estudantes Comunistas), nos anos setenta, antes do 25 de Abril (no tempo em que essas coisas doíam); sempre fui e sou de esquerda; sou do tempo da Zita Seabra, da Sita Valles, do Domingos Lopes (que parece que hoje é um dos ideólogos do PCP) e quando dava jeito, depois do 25 de Abril, eu era designado pelo “Camarada das Colónias” ― quero com isto dizer que conheço minimamente o que a casa gasta ― e não admito a quem quer que seja, dentro ou fora do PCP ― nem ao seu secretário-geral (que por sinal aderiu ao PCP 4 dias depois do 25 de Abril de 74) ―, que me passe qualquer certidão ideológica ou cartão com que eu tenha que me identificar de cada vez que tomo uma posição política em Portugal ou fora dele.

Era só o que faltava!...