sábado, 15 de novembro de 2008

O CRISTO NEGRO

É evidente que a progressão na escala de uma sociedade organizada acarreta sempre a perda crescente da liberdade individual.
A progressão na escala social aumenta o poder pessoal, mas diminui a liberdade individual; traz normalmente fortuna e aumento de fortuna pessoal, mas diminui a liberdade individual.

Sendo a liberdade o maior bem, não sei se Deus aprova o seu sacrifício a favor do poder. Talvez sim, mas para empresa maior e desígnio superior.

Depois da eleição, Barak Obama quis ir ao seu barbeiro de há 14 anos, mas não o pode já fazer; foi aconselhado a chamar o barbeiro ao apartamento de um amigo para lá efectuar o corte do cabelo.

No meu entender, começa aqui o entristecimento do Presidente Obama que tanta alegria irradia normalmente através da sua contagiante personalidade.

Eu sou dos que acreditam que pouca ou nenhuma coisa deve substituir a alegria, o prazer, a saúde que dá o viver a vida em liberdade: estar, por exemplo, descontraidamente sentado numa cadeira de um barbeiro tradicional apreciando o ambiente, conversando, fazendo humor, etc., enquanto a vida se escoa lá fora e em nós ― Inexorável, contínua e naturalmente...

Os americanos precisam de Obama Presidente. Nós precisamos de Obama Presidente. O mundo precisa de Obama Presidente ― mas Obama não precisa de Obama Presidente. Porque o Presidente vai destruir a personagem Obama; mais que a personagem, o Presidente vai destruir a pessoa Obama tal como ela é.

Obama é, assim, o Cristo Negro cuja presença se aguardava na Terra.

Chegou o Cristo Negro.

O Mundo vai mudar.