A Europa tem o cu... que não lhe cabe um grão de arroz; percebe-se isso no frenesi com que os seus dirigentes andam de um lado para o outro, e nas declarações algo ambíguas que vão fazendo sobre a crise instalada.
Mas, no inicio, a Sra. Merkel, toda a leste (pelos vistos) do problema europeu, veio p’raí enxofrada de “estabilidade” dizer que isso da crise era lá com os americanos, pois, «eles a criaram, eles que a resolvessem». E os americanos (que até tinham na altura um enviado na Europa para concertar medidas de combate à crise com os europeus) regressaram a casa sem qualquer promessa ou compromisso e meteram (unilateralmente) mãos à obra no que à resolução da sua parte do problema dizia respeito.
Logo o dólar começou a subir e o Euro começou a descer; só então a Europa descobriu que afinal a coisa era também com ela ― e de que maneira era com ela! ― Toca então de pedir batatinhas à América ― já lá foram fazer duas cimeiras e está programada mais uma para 15 de Novembro.
Agora, neste ínterim, foram à China pedir, talvez... arrozinho; com o impagável Messieur Sarko e o fugitivo Sr. Barroso debitando bitaites na esperança de que a China faça alguma coisa para ajudar a Europa com o bidão de dólares que vem guardando de há muito. E declarou, então, Messieur Sarko:
«O mundo está mal e vive uma crise sem precedentes». «A persistente crise financeira põe em perigo o próprio futuro da humanidade».
Os chineses, ao que parece, nada responderam. Eles ― que maioritariamente têm braços curtos ― costumam, entretanto, fazer uns manguitos bem jeitosos.
Para já, como disse, os chineses nada responderam. E ainda não constou que tenham utilizado os braços para se expressarem.
Entretanto atentem no seguinte:
Cotação do EURO há uma semana (1,47 dólares)
Cotação do EURO hoje (1,26 dólares)
Uma desvalorização de 14% em apenas oito dias.
Adenda.
A China já respondeu, finalmente, aos apelos da Europa. O presidente chinês, Hu Jintao, disse o seguinte na conferência que decorre em Pequim:
«A China continuará a cooperar com o resto da comunidade internacional para assegurar a estabilidade financeira e económica internacional, mas, em primeiro lugar, deve gerir bens os seus assuntos.»
Leram bem o que ele disse?
Pois!...
Nota: Não tenho prazer nenhum em fazer esta croniqueta; até porque vivo na Europa e é aqui que ganho o meu sustento (em EURO). Mas não posso com o nível de saber e o grau de preparação desta gente que governa a Europa.