domingo, 25 de fevereiro de 2007

O MEDO E O GRÃO DE ARROZ

OU MAIS UMA DO GOVERNO POWERPOINT (aquele que anuncia pomposamente umas medidas "montanhosas" que, na prática, quase sempre, acabam por parir "ratos", resultando delas outras coisas bem diferentes das anunciadas ― às vezes até o contrário do anunciado).


Escreve hoje o Diário de Notícias:

«No mesmo dia em que se reuniu com um "preocupado" José Sócrates para analisar a escalada de protestos contra o encerramento de serviços hospitalares de urgência a nível nacional, o ministro da Saúde, Correia de Campos, fechou negociações para a celebração de protocolos com os presidentes de seis municípios afectados. O protocolo, ontem assinado em Lisboa, deixou os seis autarcas "muito satisfeitos", conforme confessaram aos jornalistas. E parecem ter boas razões para isso: não só as urgências não encerram em Cantanhede, Espinho, Fafe, Macedo de Cavaleiros, Montijo e Santo Tirso como o Ministério da Saúde acaba de dar ainda mais garantias do que os autarcas esperavam à partida: além de se manterem as urgências, ampliam-se os horários de funcionamento dos centros de saúde e colocam-se viaturas especializadas em atendimento urgente à disposição dos municípios

Segundo escreve ainda o Diário de Notícias, e confirmando que antes da reunião com os autarcas esteve reunido com o primeiro-ministro para debater a questão dos protestos das populações contra o encerramento das urgências, «o ministro desmentiu que o chefe do Governo tenha assumido directamente o controlo da situação, como ontem noticiava o Público: "Estou tranquilo. A questão da confiança política não se põe."»

Pode não ser este o caso, mas faz lembrar o mundo do futebol: quando um treinador está na corda bamba e se noticia a sua saída iminente, costuma logo aparecer alguém do clube a declarar “toda a confiança no nosso treinador”. Para poucos dias depois se ficar a saber que afinal o clube o despediu numa esperançosa "chicotada psicológica".