Lembrando-me da frase “Longa vida ao camarada Mao” que os chineses partidários da Revolução Cultural de Mao Zedong costumavam proferir em cada manifestação de apoio ao então líder chinês, resolvi recuperá-la para a aplicar ao vereador independente, eleito nas listas do Bloco de Esquerda, da Câmara Municipal de Lisboa, José Sá Fernandes, o homem que, quanto a mim, está a revolucionar profundamente a forma como os assuntos imobiliários são tratados hoje nas e pelas autarquias.
Sá Fernandes, exercendo uma acção fiscalizadora eficaz, particularmente dirigida às grandes obras e aos grandes empreendimentos imobiliários em Lisboa ― sobretudo na parte que toca ao lançamento de obras autárquicas, licenciamento de projectos imobiliários, permuta de terrenos ou alienação de património autárquico a favor de terceiros ― conseguiu aquilo que está à vista de toda a gente: colocar a nu várias situações suspeitas de irregularidades que estão a ser investigadas criminalmente pelo Ministério Público.
Com isso parece-nos ― pelo menos parece ― que a autarquia lisboeta parou. Não temos mais conhecimento de novas obras ― nem sequer vemos máquinas e trabalhadores a consertar o asfalto das esburacadas ruas e avenidas de Lisboa ― e as aprovações de novos projectos; as permutas ou venda de terrenos da autarquia são, aos nossos olhos, inexistentes neste momento.
Isto leva-nos a uma pergunta inevitável:
Será que as Câmaras municipais só funcionam se as actividades relacionadas com terrenos, projectos imobiliários e obras (as obras, as obras) não forem fiscalizadas com zelo?
Pode não ser bem assim, mas lá que parece que é... ai parece, parece.
Longa vida ao camarada Sá Fernandes!
A propósito: leia aqui uma entrevista lapidar ao ex-vereador da Câmara Municipal do Porto, Paulo Morais, saída na revista “Visão online” de 25 de Agosto de 2005.