sábado, 11 de março de 2006

REQUIEM PARA O ESPECTRO

Apenas duas postas mais abaixo escrevi:

«Não me vou cansar de saudar a chegada de Vasco Pulido Valente à blogosfera.»

Ah, pois não! Não me cansarei, não senhor.

É que mal chegaram (ele e Constança) já estão de partida.

A blogosfera não é para espíritos muito sensíveis.

Não aguentaram o peso do lixo da caixa de comentários que imprudentemente e em má hora abriram. - É que ninguém tem estômago para digerir a imundície que normalmente lá se encontra -. E eles morreram da indigestão desse lixo altamente tóxico. Desiludidos com a baixa qualidade dos seus “comentadores” refugiam-se agora nos jornais. Também as reacções que lhes terão chegado via e-mail deverão ter tido um papel importante nessa decisão.

Por outro lado os seus editores na imprensa (e o editor livreiro de Vasco) devem ter-lhes “alertado” para o perigo da banalização da sua intervenção pública na blogosfera.

Nisto, de facto, Pacheco Pereira é o mestre de todos eles: ubérrimo de ideias, capaz de produzir resmas de texto todos os dias, faz constantemente novas variações sobre temas que lhe são caros e aos quais volta sempre como quem os aborda pela vez primeira. Não insulta, não responde à letra ou, pura e simplesmente, não responde de todo.

E teve o cuidado, a atitude prudente, de não abrir caixa de comentários no seu blogue.

A caixa de comentários é o buraco no soalho que alberga por baixo os ninhos de ratos que roem com supino instinto destruidor o conteúdo das postas dos blogues. É por aí que a existência dos blogues é ameaçada e muitas vezes é extinta.

O Espectro sucumbiu muito às mãos desses ratos.

Que tenha um bom descanso lá onde a sua alma for parar.