quinta-feira, 9 de março de 2006

CHAMEM A POLÍCIA!

Nós éramos os campeões da gestão; do pronto-pagamento, das contas em dia, do “não-devemos-ao -fisco”, da contenção nos gastos, dos treinadores-bons-e-baratos, do “não-entramos-em-loucuras”, etc., etc..

Toda essa euforia reconhecia, no fundo, a obra ingente, sensacional e inteligente, de um homem - José Roquette.

Incensámo-lo e endeusámo-lo; e quando começou a ficar casmurro aceitámos que se fosse embora e deixasse alguém no seu lugar - Dias da Cunha.

Digno continuador de Roquette: homem recto, sagaz nos negócios, sóbrio nas despesas e um grande negociador e gestor. Com ele o Sporting continuaria no bom caminho, tinha credibilidade junto das entidades bancárias e respirava uma saúde financeira de se lhe tirar o chapéu.

Saiu Dias da Cunha e deixou lá Soares Franco. - Bom gestor, e pa-ta-tí e pa-ta-tá, e blá-blá-blá, e blá-blá-blá.

Hoje sai a notícia:

«O Conselho Directivo do Sporting revelou esta quinta-feira que o clube deve cerca de 237 milhões de euros (M€) a entidades bancárias, razão pela qual pretende vender o património não desportivo.»

Afinal o Sporting está ainda pior do que o Benfica; clube que tanto gozo nos deu achincalhar de cada vez que saía nos jornais mais uma notícia das suas fabulosas dívidas.

Pergunto:

Não se pode meter essa gente toda na cadeia?

Andaram por lá a enganar o pagode e no fim o que queriam era afinal sugar o património imobiliário do Sporting Clube de Portugal.

Agora sim, vamos ser como os outros: entregamos o estádio, os terrenos, as inúmeras casas que sucessivas gerações de sportinguistas foram deixando ao clube em herança, e ficamos apenas com as camisolas.

Ele há cada espécie de ladrão que não há imaginação capaz de a conceber.