Alguém do Governo falou da possibilidade da liberalização da venda dos medicamentos pela Internet.
Logo veio a público o presidente da Ordem dos Farmacêuticos “aplaudir” a notícia dizendo que achava muito bem que o Governo «permitisse às farmácias vender medicamentos pela Internet».
É claro que o Sr. presidente da Ordem dos Farmacêuticos está a brincar: fingiu não perceber que o que é preciso é permitir que os laboratórios farmacêuticos vendam os medicamentos directamente aos doentes – sem, portanto, a intermediação desnecessária das farmácias.
O retalhista dos medicamentos, isto é, o lobby das farmácias não quer largar o osso de tutano sumarento que é a sua altíssima margem de lucro obtida pela simples entrega ao doente de um medicamento que lhe é fornecido (muitas vezes na hora) pelo laboratório fabricante.
Hoje, pelo simples acto de receber com uma mão e entregar com a outra um medicamento, as farmácias chegam a empochar 25% a 35% sobre o preço do dito cujo.
As farmácias são um intermediário caríssimo cuja função urge atenuar nos bolsos dos doentes.
Esta é uma boa medida deste Governo desmantelador do Serviço Nacional de Saúde;
esta é a excepção que vem confirmar a regra de que o que é preciso é deixar de apoiar os doentes na doença.