domingo, 15 de janeiro de 2006

2008 À VISTA DESARMADA

SEM EIRA NEM BEIRA… NEM CAGATEIRA(*)



José Sócrates apareceu ontem pela primeira vez num comício de Mário Soares para lhe declarar publicamente o apoio e pedir aos portugueses uma votação maciça no candidato.

É claro que isso foi apenas uma encenação para cumprir o dever, pois Sócrates sabe perfeitamente que já não tem a maioria dos portugueses com ele e com o PS (só aqui em casa perdeu já 100% dos 4 votos obtidos nas últimas eleições legislativas).

Estou até convencido que Sócrates, neste momento, é uma menos-valia política em eleições. As intervenções dele a favor de Soares só fazem com que este perca cada vez mais intenções de voto dos portugueses.

Encurralado por Cavaco e Marcelo, José Sócrates entrou já em contagem decrescente para 2008 (ano de eleições antecipadas). Até lá só lhe resta cumprir afanosamente a tarefa de desmantelar o Estado a favor dos privados… até que um líder do PSD o venha substituir e dê seguimento a esse ingente projecto - preparando e dirigindo os funerais do Estado Previdência (é mesmo assim: não é Providência) e dando lugar ao poder das seguradoras que gerarão pequenas e médias ilhas de beneficiários com seguros precários, e um mar imenso de gente sem eira nem beira nem cagateira – muito à moda dos Estados Unidos onde se morre na rua por não se ter direito a assistência na doença.

(*) “Cagateira”, na Ilha do Fogo, designa o órgão sexual feminino quando se quer referir ao mesmo de forma achavascalhada. E é normalmente associada à frase “sem eira nem beira” para, rimando, reforçar a condição absoluta e definitivamente desgraçada daquele a quem se refere daquela forma.