E não se esqueçam de atrasar os relógios.
DE UMA NOITE DE TEMPESTADE
A noite, agitada de crescentes tempestades,
como se torna subitamente imensa -,
como se habitualmente estivesse recolhida
nas ínfimas dobras do tempo.
Não acaba onde as estrelas tentam detê-la
nem começa no meio da floresta,
nem no meu semblante
nem na tua forma.
Os candeeiros balbuciam e não sabem:
mentimos luz?
É a noite a única realidade
desde há milhares de anos...
(Rainer Maria Rilke)