Na Guiné é assim: se não há mortos a coisa não é normal.
Já estávamos a ficar admirados de os guineenses terem adoptado em tão curto espaço de dois meses uma postura da povo adulto, sereno, habituado à vivência em democracia, sendo, por isso, respeitador das decisões do eleitorado.
Mas eis que, mal ainda vai a meio a eleição do novo presidente, e nos chega uma notícia de algo que a ninguém causa admiração, algo que já esperávamos que acontecesse mais cedo do que tarde; vem nos jornais:
«A calma regressou à cidade de Bissau onde esta sexta-feira de manhã se registaram confrontos entre a polícia e manifestantes afectos a Kumba Ialá, de que resultaram três mortos, cinco feridos e 12 detidos.»
Resta só acrescentar que Kumba Ialá diz não aceitar o resultado da primeira volta das eleições de que ficou excluído. Aguardemos para ver como reagirá o perdedor da segunda volta; e sobretudo esperemos para ver como os militares tratarão o futuro presidente.
Estamos curiosos de o saber.