PARA ESCREVER TRITEZAS DESTAS ERA MELHOR ESTAR CALADO
Quando criei este blogue pensei que viria aqui falar também da África do presente. Mas o nosso continente só tem, hoje em dia, coisas tristes de que se possa falar. Está mais infecto que o Iraque, o Médio Oriente ou o Afeganistão: guerras, assassinatos, ladroeira generalizada, miséria, doença, fome e o mais que o diabo ainda nem sequer se lembrou de inventar. Mas que já há em África.
O terceiro país mais pobre de África é hoje a Guiné-Bissau.
A Guiné-Bissau, cuja independência uma elite cabo-verdiana ajudou a conquistar e a construir, deixou já de ser um país na verdadeira acepção da palavra.
Hoje a Guiné-Bissau não passa de um espaço verde habitado. Não passa de uma reserva natural em adiantado estado de degradação. Nada do que define um país funciona nesse espaço: governo, bancos, escolas, tribunais, repartições públicas, central eléctrica, rede de comunicações. Nenhuma destas estruturas funciona verdadeiramente, hoje, na Guiné.
Deixou de haver o Estado da Guiné-Bissau poucos anos depois de os cabo-verdianos, por escolha sua ou a isso forçados e obrigados, se terem afastado do poder e da administração pública daquele território.
O certo é que a Guiné só com guineenses transformou-se em nada.
Perdeu toda a credibilidade internacional e tem passado por vexames inomináveis sem que se veja o dia em que poderá entrar no rumo certo.
Para cúmulo do descrédito teve, até há poucos dias, um presidente bêbado, doido e autoritário que passava tardes inteiras sentado à porta do palácio presidencial (em plena rua) a jogar às cartas com amigos e a “mandar bocas” aos adversários políticos que passavam por perto. Uma chacota sem paralelo em qualquer parte do mundo.