domingo, 19 de fevereiro de 2012

(XXXIII) Alors que faire?

 Prática de ACTUAÇÃO TRIGÉSIMA TERCEIRA:

Ser culto es el único modo de ser libre
José MARTÍ (1853-1895).

Et Alors
            África
Continente-Berço da Humanidade,
Mais que nunca é a Hora
Da tua nova AURORA!
Avante!


NP:

            Os Africanos “colonizaram” uma região (particularmente), hostil do Globo em nome de toda a Raça Humana. O povoamento do Continente, a coexistência do Homem com o seu ambiente, a construção de Sociedades duráveis e a defesa contra as agressões oriundas das regiões mais favoráveis constituem os eixos principais da História do Continente Africano.
            Todavia, esta História, quão épica é (identicamente), marcada por feridas e cicatrizes respectivas!
            Donde e (com efeito), estudando (avisadamente), a escravatura, fica-se a conhecer (deste modo), a saber, que o sofrimento, se encontra no cerne/imo da esperança africana.
            De sublinhar (antes de mais), que contra este sofrimento, os Africanos “elaboraram defesas” que lhes são peculiares. Eles colocam a resistência, a coragem e o sentido/sentimento de honra (em primeiro plano), entre todas as virtudes.
            Tantos valores graças aos quais, enfrentam os magnos reptos/desafios do mundo contemporâneo, designadamente:
            --- A instabilidade política
            --- As guerras
            --- As Mudanças culturais
            --- E (sobretudo), a propagação do SIDA.

            Eis-nos perante “uma História excepcional de populações excepcionais”, uma Comunidade de destinos que vincula numa única História os primevos Humanos aos seus descendentes do presente.

            E, para principiar (de modo), assaz clarividente, este nosso Estudo (leia-se, outrossim, um conjunto de elóquios oportunos e pertinentes sobre o nosso Continente), nada melhor, que abordar (em primeiro lugar), a problemática que se prende com o SIDA em África.

            E (antes de mais), em sinopse elucidativo: Afinal o que é o SIDA?!...


(I)

            O Síndroma de Imunodeficiência Adquirida, mais conhecido sob o seu acrónimo/acrossílabo: SIDA (em inglês: AIDS, acrónimo de Acquired Immune Deficiency Sindrome), ou SIDA (em português), é um conjunto de sintomas consecutivas à destruição de várias células do Sistema Imunitário por um retrovírus. O SIDA é o último estádio da infecção e termina pela morte do organismo infectado, vítima das consequências deletérias de doenças oportunistas.
            Existe vários retrovírus responsáveis do SIDA, cada um, infectando uma espécie particular. O mais conhecido (de entre eles), é o vírus de Imunodeficiência Humana (VIH), que infecta o Homem. Os outros vírus são (entre outros), o VIS (que infecta os macacos) e o VIF (que infecta os gatos).
            Foram detectados e observados três modos de transmissão do vírus:
            --- Transmissão por via sexual (o principal modo)
            ---Transmissão por via sanguínea (que diz respeito particularmente aos consumidores de ”drogas” injetáveis, os hemofílicos, os transfundidos e os profissionais da Saúde)
            --- Da mãe para a criança: Situação que sobrevém (in útero), nas últimas semanas da gestação, no momento do parto e do aleitamento.

            Eis que (então), uma pandemia (leia-se, outrossim: Enfermidade epidémica amplamente disseminada), desenvolveu-se, à partir do fim dos anos 1970, às expensas desta terrível enfermidade, fazendo dela, com todo o seu cortejo de consequências, assaz funestas, um novo problema sanitário Mundial!
            A prevenção (de referir, por exemplo o uso adequado do preservativo), constitui de longe a melhor opção, visto que nenhuma vacina (que permite proteger-se do vírus), existe ainda e os antivirais disponíveis (presentemente), não permitem a cura da enfermidade.
            De feito, os antivirais, conquanto possuam uma certa eficácia, apenas podem é retardar a vinda do estádio “SIDA”, abrandando a proliferação do VIH, no seio do organismo. Demais, estas terapêuticas dispendiosas, são (facilmente), acessíveis, apenas nos países desenvolvidos, pois (estes) podem assegurar a carga financeira dos mesmos.
            De anotar (que em contrapartida), nos países (em vias de desenvolvimento), mais de 95 % dos pacientes, de nenhum tratamento eficaz, beneficiam. É por esta razão, que a Organização das Nações Unidas (ONU), através do seu programa ONUSIDA, fez da luta contra o SIDA, uma das suas prioridades.

            No plano epidemiológico é em África que a pandemia conhece as taxas mais elevadas de óbitos. A ONU estima que para o ano de 2002, 24 milhões de Africanos faleceram do SIDA. Está (identicamente), estimado, que 10 milhões de jovens Africanos, de 15-24 anos e (aproximadamente), 3 milhões de crianças de menos de 15 anos estão infectados pelo vírus do VIH. Em 2004, ONUSIDA (programa da Organização das Nações Unidas encarregado do dossier SIDA), publicou um relatório sobre a evolução da epidemia, no Mundo. Na atualização de 2007 deste relatório, a ONUSIDA indica (doravante), uma baixa regular da prevalência em África, desde o ano 2000, em que (ela), atingia 5,9% para voltar a 5% em 2007.

            Da origem da Enfermidade:
            O VIH está (estreitamente), vinculado aos vírus (que desencadeiam), enfermidades similares ao SIDA, nos primatas, o vírus de Imunodeficiência simiesco (VIS). Existe várias teorias acerca da origem do SIDA. No entanto, é (comummente), admitido que o VIH-1 é uma mutação do VIS. Este último infecta (designadamente), os chimpanzés (Pantroglodytas), que são os portadores sãos do VIS cp2. A transmissão no homem foi tornada possível por uma mutação do vírus.
            Os estudos científicos sugeriram que o vírus aparecera (inicialmente), em África do Oeste, mas é possível que haja várias fontes iniciais distintas. A primeira amostra recenseada do VIH foi recolhida em 1959 à Leopoldiville (presentemente Kinshasa), na atual República Democrática do Congo (RDC). Entre as primeiras amostras recolhidas, são dos caos (respectivamente), de um homossexual norte-americano, em 1959 e de um marinheiro heterossexual da Noruega, em 1976.
            De referir, finalmente, que no início do aparecimento da epidemia, foram desencadeadas investigações, visando a determinação do paciente zero que teria propagado o vírus nos Estados Unidos.
            Durante um certo tempo, as suspeitas incidiram sobre Gaetan Dugas, um Steward canadiano homossexual, que faleceu a 30 Março 1984. Enfim, de referir, ainda, que um estudo fez remontar a entrada do VIH, nos Estados Unidos para o ano de 1969.

(II

            Uma vez, posto tudo isto, vamos ao Estudo (propriamente dito), do Tema proposto:
(1)                      A primeira prova convincente da existência do vírus HIV que provoca o SIDA foi pela obtida pela confirmação da sua presença (detectada por análises ulteriores), encontrada no sangue de um Africano (desconhecido), em Kinshasa, em 1959. Em si mesmo, isto não significa (necessariamente), que a enfermidade seja originária de África Equatorial. Todavia, há três razões que leva a pensar que é bem o caso:         
a.     Em primeiro lugar, a sua forma principal (VHI-1), constituir (manifestamente), o resultado de uma transmissão aos humanos de um vírus (SIV), presente em Chimpanzés, que vivem apenas nesta região (quiçá), na ocasião de caças.
b.    Em seguida, as dez variedades do VIH-1 não foram todas descobertas (muito cedo), aquando da epidemia, na parte oeste da África Equatorial, o que faz pensar que o vírus apareceu aí e aí evoluiu antes que variedades particulares não tenham sido transportadas algures!
c.     Em terceiro lugar, o vírus (ele próprio), não mata, mas debilita (a pouco e pouco), o Sistema Imunitário, num período médio de (aproximadamente), dez anos, se bem que o organismo seja vulnerável à outras enfermidades letais/mortais. De facto, um forte incremento destas enfermidades, sugerindo a presença do VIH, foi observado, no principal hospital de Kinshasa desde os anos de 1970.
(2)                      Eis porque (donde e daí), se pode asseverar que (destarte), ela existe na África Equatorial, sob formas raras, durante (pelo menos), vinte anos. E (sem dúvida nenhuma, quiçá muito, muito mais tempo), antes de provocar uma epidemia, transmitindo-se (rapidamente), entre parceiros sexuais, no ambiente urbano de Kinshasa. Quando a enfermidade foi identificada pela primeira vez, em 1983 (ela) se encontrava espalhada tão (amplamente), na população heterossexual que era quase impossível jugulá-la. Os primeiros exames minuciosos realizados em Kinshasa, em meados dos anos de 1980 mostraram que entre 6 e 7% das mulheres grávidas que tivessem sido submetidas à operações clínicas pré-natais se encontravam já infectadas!
(3)                      Epidemias urbanas similares produziram-se, nesta época, a norte e à este, em Bangui, Kigali e Bujumbura, enquanto a enfermidade difundia-se (identicamente), nas zonas (robustamente), povoadas de Uganda e da Tanzânia, na margem ocidental do Lago Vitória, onde se produziu a primeira epidemia rural de grande extensão.
(4)                      De anotar (por outro), que, na região de Rakai, uma análise ulterior fez pensar que no seu apogeu (em 1987, mais de 8% dos jovens de 15 a 24 anos), eram (todos os dias), infectados.
(5)                      Desta região próxima do Lago, o VIH passou à Kampala, Nairobi e Dar-es-Salaam e todas as três conheceram nos anos de 1980, epidemias, assaz relevantes, às quais se espalharam (em seguida), em toda África Oriental, transmitidas pelas prostitutas, os estradistas e (sem dúvida), por demais outras pessoas que se serviam das estradas comerciais. O VIH atingiu (identicamente), Adis-Abeba (em seguida), em 1984. Aí se tornou epidémico, acabando por se difundir para outras cidades etíopes.
(6)                      De referir (outrossim e ainda), que, no decurso dos anos 1980, é na África Oriental que a epidemia foi mais grave. No entanto, aquando da década seguinte, o seu centro se deslocou para o sul. Poder-se-ia, afirmar, que a enfermidade tenha (primeiramente), sido transmitida do Katanga (RDC), à Copperbelt Zambiano vizinho. Ela daí infectou outras cidades da África Central antes de se difundir nos campos.
(7)                      Em princípio, o SIDA parece ter atingido o Botswana por volta de 1985 e a população negra da África do Sul (aproximadamente), um ano após. Nesta época, este país (teatro de migrações assaz relevantes), com as suas vastas populações urbanas (paupérrimas), o seu nível elevado de enfermidades (sexuais e outras), a sua robusta agitação social, tudo isto, constituía um ambiente quase ideal para o vírus! De feito, a epidemia propalou-se (muito rapidamente), sobretudo, para os meados dos de 1980, quando as autoridades (brancas ou negras), estavam preocupados, sobretudo, com o advento da transição/mudança para um “regímen democrático”. Deste modo, no ano de 2003, mais de 5 milhões de Africanos do Sul encontravam-se infectados (cifra mais elevada do Planeta), com taxas (particularmente), elevadas entre os jovens (designadamente do sexo feminino), dos bairros de lata, que circundam as grandes cidades.

Continua...

Lisboa, 16 Fevereiro 2012
KWAME KONDÉ
(Intelectual/Internacionalista --- Cidadão do Mundo).