terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

(XXXI) Alors que faire?

 Prática de ACTUAÇÃO TRIGÉSIMMA PRIMEIRA:

Ser culto es el único modo de ser libre
José MARTÍ (1853-1895)

Na peugada do Capitalismo mafioso”...

            NP:
                        Na verdade e (na realidade), há, neste mundo (quiçá), cada mais e mais infecto, cousas e lousas...
                        Com efeito, a mafia tende a substituir a burguesia e (por seu turno), o capitalismo (destarte), torna (fundamentalmente), mafioso (concretamente), à partir do instante em que o desencanto/decepção do  mundo cumpriu!...
                        Já não é relativo, mas absoluto, visto que já não há re-encanto relativo!...Hélas!...

(I)
            O fracasso/malogro histórico do soit-disant “comunismo” terá sido (quiçá), devido à sua real incapacidade para pensar a associação, ou seja, a sua renúncia a lutar contra a proletarização como perda de saber e sobre os “curtos-circuitos”, no âmbito da trans-individualização, que são (evidentemente), características do totalitarismo burocrático estalinista. Demais, como se fosse o da totalização das condutas oriundas do marketing. Ou seja: Já não é sobre o modo de dissociar o capitalismo e o “comunismo” diferençados --- o que os marxistas situados (fora do estalinismo) e contra ele jamais souberam criticar (à fundo), porque (eles),confundiram proletarização e pauperização.


(II)
            No mundo (soit disant) “comunista”, esta dissociação conduziu (de modo intrínseco e estrutural), à negação totalitária das estruturas de existência, o que durante muito tempo (não foi o caso do capitalismo), em particular quando soube combinar fordismo e keynesianismo.
            Antes de mais, vale a pena, por uma questão de índole pedagógico elucidar acerca destas duas realidades económicas e históricas dissemelhantes. Com efeito, o fordismo em nada é regulador ou re-distribuidor. Ele não prega nenhuma “propriedade social”. Ele integra (funcionalmente), produção e consumo e inventa (com isso mesmo), a defesa do consumidor. Já (por seu turno), o keynesianismo constitui (em contrapartida), um compromisso entre o capital e o trabalho. Que estas duas transformações das conexões do capital e do trabalho possam se combinar é uma evidência! Todavia, este facto, não autoriza à os confundir. Muito pelo contrário, isto impõe a necessidade óbvia de os distinguir para poder compreender como (elas), se podem combinar e (finalmente), se decompor.

(III)
            Uma vez, posto esta elucidação, assaz oportuna e, dando continuação ao nosso Estudo e reatar o fio do nosso elóquio ensaístico, temos então, que:
            --- O capitalismo favoreceu (muito tempo), a constituição de dispositivos de motivação edificados sobre estas estruturas de existência (ao invés do) “comunismo”. De feito, o capitalismo captou, explorou estas estruturas, que (finalmente), destruiu e em relação às quais (ele), foi eficaz, acabando por constituir mesmo, uma economia libidinosa e novas perspectivas de sublimação (ao invés da) dissociação comunista.
            Donde e daí (ipso facto et pour cause), permanece que o capitalismo terá (finalmente), sido um processo de dissociação, capaz de conduzir (inelutavelmente) à desmotivação, visto que (ele), estava condenado em chocar com o seu limite na baixa tendencial da energia libidinosa que provocou.

(IV)
            Destarte, eis-nos no ponto, que implica regressar (obviamente), sobre a questão conducente à avenida do Comércio.
            Em princípio e (de modo assumida e abertamente), pedagógico, a Economia Política é uma forma de organizar a trans-individualização (não unicamente), ao nível das permutas simbólicas, mas (outrossim), das permutas de mercadorias.
            Donde e (antes de mais), se impõe anotar que (na verdade), a economia capitalista (de estrita obediência), já não marcha, porque (ela), pretende que o indivíduo se pilota (ele próprio), ou seja, se torne “empreendedor de ele próprio”, sem individuação colectiva, mas antes através de um des-individuação colectiva orquestrada pelo marketing, explorando as possibilidades de controlo que oferece a provocação de curtos-circuitos.

(V)
            O arrazoado (acima exposto), nos elucida que (efetivamente), desde a “revolução conservadora”, o neoliberalismo, se assume pelo governo das desigualdades que arruína e aniquila o social. O que destrói (por seu turno), o meio económico (ele mesmo), que torna (com isso), uma “deseconomia” que (por sua vez), conduz (finalmente), ela (identicamente), à liquidação da intermediação. Eis-nos ante a tradução da trans-individuação, no âmbito da esfera económica e sob a sua forma comercial (tanto mais que), a “concorrência” conduz (na realidade), ao crescimento dos monopólios.

(VI)
            Eis porque, a de-sublimação, conduz (destarte) e do mesmo movimento à generalização das externalidades negativas, à liquidação do comércio pelo mercado e à destruição da própria conjuntura social. Tudo isto, se traduz no facto que a burguesia é expulsada pela mafia, o que constitui o destino dos países “comunistas” e (outrossim), de todo capitalismo pulsional!...

Continua na posta seguinte.

Lisboa, 09 Fevereiro 2012
KWAME KONDÉ
(Intelectual/Internacionalista --- Cidadão do Mundo).