sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

(XXV): Alors Que faire?

             Prática de ACTUAÇÃO VIGÉSIMA QUINTA:

Ser culto es el único modo de ser libre
José MARTÍ (1853-1895).

Acerca do Imaginário de uma vida sexual (em si mesma), liberada de todo constrangimento e de
Toda parada/peleia!...

(1)           O término do século XX (pretérito), viu as sociedades humanas (pelo menos ocidentais), privilegiar o hedonismo individual, valorizar (ao extremo, ao derradeiro ponto), as potencialidades sensuais do corpo. A mulher reivindica (por seu turno), um prazer orgástico/erestimal autónomo até presentemente reservado ao homem. A articulação desta “liberação” com a prática da contracepção é (provavelmente), mais ambígua  que se o pensa!
(2)           Na verdade e (sem embargo), o conjunto das atividades humanas se encontram (com efeito), cada vez mais viradas para um consumo imparável e (por conseguinte), insaciável. O “filho do amor” aparece mesmo “datado”, como estes filmes do início do século XX, que, congraçam as sequências do beijo voluptuoso e do primeiro vagido/choro/grito. Eis porque, neste particular, não deixa de ser interessante e elucidativo, trazer à colação: Êxitos públicos, designadamente, em França e não só, como é o caso do livro: “La vie sexuelle de Catherine M” (Editado, em 2001), da autoria da curadora, crítica de Arte e escritora francesa, Catherine MILLET (n-1948), no qual, a autora (encena os seus fantasmas e a sua vida sexual)-dizíamos- acabaram por desarticular (totalmente), prazer do sexo e alegrias da concepção/geração/criação.

(3)           Demais, se nos afigura (quão pertinente e assaz oportuno), questionar, todavia, se (se) trata (ainda), de uma vida sexual  ou antes de uma prática (que sacia e satura) os sentidos por uma excitação cuja finalidade é o orgasmo (“tout court”) e não a permutação amorosa. Com efeito, esta mecânica (integral e completamente), apaixonante e empolgante, no entanto, nada revela acerca da sexualidade comum (não mais do que), a conduta de um bólide num circuito sem que instrua acerca da condução automóvel na sua finalidade habitual. Este frenesim/arrebatamento/excitação torna-se (paradoxalmente) opaca a relação sexual, outorgando-lhe a dimensão suplementar de uma adição ameaçadora.
(4)           Neste âmbito, se afigura (assaz relevante), sublinhar, que a relação amorosa se nutre, se apazigua, se ressurte da tensão relacional que (incessantemente), surde entre dois seres. Demais (e por outro), uma sexualidade sem limites “engaveta” a pessoa numa esquiva e arredia solidão, cuja busca insaciável de prazer, é uma mera ilustração. O desaparecimento da procriação rubrica (quiçá), o da natureza da relação sexual!

Nota bem: Este Estudo continua na Posta seguinte (XXVI).

Lisboa, 22 Janeiro 2012
KWAME KONDÉ
(Intelectual/Internacionalista --- Cidadão do Mundo)