Está à vista que Passos Coelho não tem estofo para governar Portugal em momento tão delicado. E é precisamente essa falta de estofo (profissional e político, no mínimo ― para não falar do que não está ainda provado: se também intelectual e cultural) que fez com que cometesse o erro, que será trágico para Portugal, de entregar a uma única pessoa, Miguel Relvas, as rédeas de tudo que tem a ver com o negócio das privatizações e o exercício efectivo do poder.
Fazendo um balanço do que transparece da actuação de Passos Coelho à frente do governo(?) concluo que Portugal não tem um verdadeiro primeiro-ministro. Passos parece-me antes um mestre-de-cerimónias contido, envergonhado e humilde, e não o homem que detém as rédeas do poder de um Governo.
Fica-me a sensação de que quem manda (interna e externamente) são outras pessoas; e de que as acções de Passos se resumem ao papel de representante de qualquer coisa, com direito às benesses ‘folclóricas’ e materiais de primeiro-ministro.
No fundo, Passos não manda nada.