sábado, 20 de agosto de 2011

VENDILHÃO DESESPERADO

Ouvi hoje Correia de Campos, ex-ministro socialista da Saúde, verberar ter sido criticado por António Arnaut e Manuel Alegre (que provocaram a sua queda do poder), pois, dizia, sem qualquer pudor e sem pinta de vergonha na cara, Correia de Campos: ― Isso impediu-nos [a ele, a Sócrates e sus muchachos] de levar à prática uma política de "racionalização de recursos" na Saúde, levando ao  aumento da dívida e levando a que haja agora o desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde.

É preciso ter muita lata e muita pouca-vergonha para dizer isso!

Haja memória! ― Ó ‘Nobre Povo’! ― António Correia de Campos aplicou na Saúde, enquanto foi ministro, uma agenda escondida (que ninguém nunca conheceu) em que «as medidas» saíam a conta-gotas, desgarradas umas das outras e sempre ― mas sempre! ― no sentido de fechar e desmantelar Serviços, ‘obrigar’ a pedir e empurrar médicos e enfermeiros para a reforma, e...

E... com essa política beneficiou as empresas privadas do sector da Saúde proporcionando-lhes a obtenção de pessoal especializado experiente que abandonava o sector público e a obtenção de contratos de prestação de serviços que eram extintos nos hospitais públicos.

E mais. António Correia de Campos cometeu, quanto a mim, o despudorado acto de, mal sair do lugar de ministro, ter assumido o cargo de administrador do ‘ramo Saúde’ de uma seguradora bancária.

E agora que Paulo Campos, actual ministro da Saúde, ameaça só aceitar que o Estado pague aos privados apenas quando os doentes não encontrem resposta nos hospitais públicos ― eis que Correia de Campos se aviva e aparece na rádio (e provavelmente a partir de agora nos jornais e nas TVs) a fazer campanha pelo “Não-desmantelamento” do Serviço Nacional de Saúde.

Isto é muito pouco sério!!!

BOM DIA!