segunda-feira, 8 de agosto de 2011

HÁ PELO MENOS UMA DÉCADA

Desde há pelo menos 10 anos que somos bombardeados constante e ininterruptamente com longos noticiários, mesas redondas, fóruns, programas de ‘análise’ e previsões de índole ECONÓMICA. E no entanto estamos hoje «na mesma como a lesma»: não compreendemos nada, não sabemos nada, não vemos nada a acontecer como dizem os ‘economistas’.

A economia, no campo das previsões a médio longo prazo, é uma ciência tão certa como a meteorologia o era há vinte ou trinta anos. Mas a economia pode ser, se houver honestidade e um pouco de independência por parte dos economistas, uma ciência capaz de analisar o presente e prever com um mínimo de rigor aquilo que pode acontecer no curto prazo. Mas em Portugal, não se entende o que dizem os economistas porque estes não são nem isentos nem honestos ― falo dos que aparecem nas televisões e escrevem nos jornais, propriedade dos grupos económicos ―, são escolhidos a dedo e têm como missão fazer passar a mensagem que convém a quem lhes paga, lhes fornece benesses e sinecuras, e financia partidos políticos no poder.

Este fenómeno não é exclusivamente português; também acontece no estrangeiro: mas só que no estrangeiro os economistas ‘opinadores’ estão perfeitamente identificados sob o ponto de vista político e de interesses (estou a lembrar-me de Paul Krugman e de Goerge Soros, por exemplo) por isso as suas opiniões são facilmente confrontáveis com as opiniões dos que estão em campos diferentes (senão opostos) podendo assim o leitor confrontá-las e tirar daí as suas conclusões [leitor este que, obviamente, tem as suas opções filosóficas e políticas próprias e está interessado em ver satisfeitas as suas ‘teses’ e até os seus anseios e palpites baseados nessas opções ― é que às vezes temos a mania de que somos todos isentinhos que nem anjinhos tenrinhos do paraíso. E isso não é verdade!]. Só entenderemos alguma coisa no dia em que os portugueses começarem a nascer com esqueleto minimamente rígido.