Esta medida de "actualização anual" dos dados de crianças até dois anos e idosos acima dos 75 anos, nos centros de saúde, longe de racionalizar a prestação de cuidados de saúde aos cidadãos, tem em vista “desbastar” a lista de utentes dos centros de saúde para que a falta de médicos pareça menos óbvia compondo assim as estatísticas da Saúde no país. Esta medida insere-se na cosmética a que o governo já habituou os cidadãos: mascarar a realidade construindo um mundo virtual onde Sócrates já se habituou a viver e para onde pretende levar os portugueses.
Com truques e ciganadas sucessivas, embrulhadas na maior desfaçatez, a cada dia que passa o Governo anuncia mais e mais “medidas” de desorganização social como se estivesse a governar quando do que se trata é de camuflar o descalabro nos apoios sociais. A barafunda em que mergulharam ministros e ministérios; a bancarrota iminente que espreita Portugal a cada pedido de empréstimo de dinheiro ao estrangeiro disfarçado de “colocação da dívida” constituem razões mais que sobejas para que o Presidente da República tome a decisão de pôr fim a este estado de coisas dissolvendo o Parlamento.
É que o homem está a ficar cada vez mais perigoso. E construiu(-se) à sua volta um sem número de máquinas maquilhadoras da realidade em que aquela que o assessora no domínio da saúde é das mais sofisticadas, eficientes e inovadoras (conheço bem alguns dos seus servidores).
Qualquer dia lembrar-se-ão de pôr os utentes da saúde a correr os cem metros planos, em eliminatórias sucessivas, até que restem poucos finalistas que se inscreverão nos centros de saúde. Qualquer método de “desbastamento” servirá desde que a maquilhagem estatística seja conseguida.
Este homem está a ficar cada vez mais perigoso!