Coloquei há pouco no facebook de outra pessoa as seguintes duas opiniões que gostaria de partilhar aqui convosco.
1) Por mais que queiramos a queda de Kadafi ― o problema líbio é interno e nele há muitas mãos estrangeiras ― a NATO ou seja lá quem for, se seguir a lei internacional, não deve intervir na Líbia. Por outro lado, se Kadafi for apeado vivo e capturado, espero que tenha ao seu lado, a ser julgado no Tribunal Penal Internacional, o Sr. George W. Bush que é tão criminoso como o próprio Kadafi. Já quanto ao Presidente Obama - não quer ser criminoso como W. Bush, por exemplo, e embora defenda os interesses americanos fá-lo como democrata e como homem justo que é. Ele sabe que os chamados "rebeldes" são tão maus como os chamados "homens de Kadafi". Este mundo é complexo e não vamos lá com análises simplistas feitas à mesa do café. Por fim: sempre achei que Kadafi não sobreviverá à perda do poder pois não é cobarde como era Saddam Hussein que se escondeu num buraco para depois morrer como uma rês às mãos dos seus ex-amigos e parceiros militares e políticos americanos. Kadafi é um terrorista genuíno que venderá caríssimo a sua rendição - gostemos ou não disto (eu não gosto, mas sou realista e é o que eu faria se estivesse na sua pele).
2) Perguntemos: Porque a NATO não defende as populações do Tibete contra os ataques chineses? Porque a NATO não defende as populações somalis contra os chamados “senhores da guerra” que os dizimam há quase duas décadas; as populações do Zimbabwe, da República Centro africana, do Iémen, do Irão do Irão, os palestinos e os libaneses, etc., etc., etc.? Não confundamos a cobiça do petróleo com o respeito pela Moral e o Direito; desde sempre que os interesses dos Estados não contemplam a Moral e o Direito. Leiamos um pouquinho da História Universal e concluamos que na Líbia estamos perante um caso de tentativa do exercício do “direito ancestral de rapina” da riqueza de um território pelo “vizinho” mais forte (“vizinho” entre aspas porque hoje as distâncias deixaram de contar). Kadafi sabe disso e comporta-se como seria de esperar – aqui não há novidade.
BOM DIA A TODOS!