quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Epístola Vigésima:

Ser culto es el único modo de ser libre
José MARTÍ (1853-1895).


(1)     No âmbito dos reptos internos (assaz numerosos), a crise, a ruptura e a mutação acentuaram a ambiguidade de uma África contrastada. Donde, se afigura (bastante) difícil discernir os eventos construtores do futuro “que avançam com passos de rolas”, parafraseando o filósofo alemão, Friedrich NIETZSCHE (1844-1900) e (outrossim), os factos significativos que farão que, nos múltiplos encaminhamentos, um se tornará história. Demais, a retro prospectiva mostra que o Asio pessimismo dominava (há alguns decénios), em nome das particularidades sociais e culturais. O desenvolvimento se coloca (todavia), em termos de gerações.
(2)     As Sociedades africanas têm (efectivamente) a gerir uma duplicação da sua população e uma triplicação da sua população urbana daqui 2040. Elas devem reconstituir ecossistemas, realizar os investimentos colectivos e produtivos necessários para o crescimento e se reposicionar (positivamente), no âmbito da divisão internacional do Trabalho.
(3)     De sublinhar (antes de mais), que estes dissemelhantes desafios implicam progressos de produtividade e uma acumulação (a longo prazo). Donde, se afigura necessário multiplicar (por mais de dois os rendimentos) e por mais de três a produtividade do Trabalho daqui 25 anos. É (outrossim), necessário responder ao desafio da pressão demográfica, do crescimento urbano, da concorrência das agriculturas protegidas, da liberalização e da importância dos riscos ambientais.

(4)     De feito (e, por outro), em sociedades (em que) o Estado Nação permanece (em vias de constituição) e as redes pessoais e as solidariedades étnicas triunfam (ou seja, levam a melhor) sobre a institucionalização do Estado, a crise económica reforça a sua desagregação. Enfim, em determinados casos extremos (ela) transformou a economia de renda em economia “mafiosa” e de rapinas. Eis porque, desde então, o futuro do Estado condiciona o futuro da economia (obviamente).
(5)     O conteúdo de verdade do arrazoado (acima expendido) nos conduz, à problemática respeitante às perspectivas (contrastadas) de integração na Economia Mundial. De facto (não há dúvida nenhuma), que a Evolução da África permanece (amplamente) dependente do seu lugar, no seio da Arquitectura Internacional e da Economia Mundial. Esta (por seu turno) traduzir-se-á por uma escalada imaterial e das Tecnologias da Informação, do Ambiente tecnológico e institucional, na actuação dos capitais e de uma competitividade (que incide) sobre a qualidade dos produtos vinculada à Logística.
(6)     E, em jeito de Remate avisado, temos então que.
a.     A maioria das simulações (presumem): divergências crescentes de trajectórias entre a Europa e a África (pelo facto) de efeitos de limite, do jogo dos efeitos de aglomeração e dos rendimentos crescentes.
b.     A África pode (todavia) beneficiar dos custos decrescentes (por exemplo, dos computadores ou da Internet), dar saltos tecnológicos, encontrar novos espaços de competitividade.
c.     Demais (de sublinhar, com ênfase): A eficiência das novas Tecnologias, depende do tecido social, económico e técnico (que permitem), adequá-las, se apropriando-as.
d.     Enfim e, em suma: A grande ruptura se apoia na diversificação dos parceiros da África, num Mundo multi-polar.

Lisboa, 15 Fevereiro 2011
KWAME KONDÉ
(Intelectual/Internacionalista --- Cidadão do Mundo).