Os cortes brutais nos salários da Função Pública começaram hoje a ser conhecidos e vaticina-se grande descontentamento popular e tumultos sérios a nível nacional no dia em que forem generalizados ao sector privado.
Desde já diminui-se a produtividade e aumentam a corrupção e os desperdícios. A isso leva o descontentamento dos funcionários cuja resposta é sempre dada em primeira instância no local de trabalho através de comportamentos no sentido do aumento da desordem no funcionamento da “máquina” por eles constituída ― não haja ilusões quanto a isso! Falo pela minha experiência profissional de três décadas e meia ― pelo que vaticino o pior para o futuro imediato de Portugal e de outros países europeus espartilhados pelo colete do aumento das suas dívidas soberanas.
Em última instância degrada-se o funcionamento da máquina do Estado, desorganiza-se e empobrece o país em nome e por força da manutenção da actual ordem económica mundial em que as instituições financeiras são hoje o Deus único que vai morrer empanturrado de dinheiro se não for antes decapitado ― o que é mais certo ― por manifestações violentas de desespero das populações mais atingidas.
Nisto tudo Sócrates e o governo são os menos culpados. O aumento da entropia (desordem do sistema) tem causas exteriores (globais) a que nenhum outro governante se eximiria de aceitar e aplicar quando lhe coubesse fazê-lo. Claro que isto não desculpa a incompetência e o regabofe que os grupos de interesses e os políticos sucessivamente no poder protagonizam desde há quase uma década a esta parte.
O que está a acontecer a Portugal é que ― às receitas venenosas da alta finança (vulgo “mercados”) se tem somado a pulsão e acção criminosas dos “enfermeiros” encarregados de ministrarem a terapêutica letal, coisa que fazem com o sorriso alarve de animais domesticados para o assassínio e a autodestruição. O que acontece é que Portugal está a autodestruir-se sem dar por isso; iludidos que estiveram e estão os pulhas que se apanharam a mandar sobretudo na última década...
Última década que está bem retratada na existência e acção dessa quadrilha de ladrões que andou pelo BPN e pela SLN.
OLÁ! (Hoje não há o habitual “BOM DIA!”).