Mais uma Quadratura do Círculo, ontem na SIC Notícias, analisando as incidências da campanha eleitoral em curso.
António Costa mostrou-se satisfeito pela facto de a aura divina de Cavaco não se ter aguentado e ter-se estilhaçado em mil bocados nesta campanha, mercê das revelações de documentos sobre os negócios deste candidato; mas também pelo estalar do verniz de Cavaco, o qual se tornou agora tão arrivista, desbocado e populista quanto os demais (excepção feita a Francisco Lopes ― um senhor político dos quatro costados).
Lobo Xavier, qual cortiça boiante no mar tempestuoso do desmoronar da santidade de Cavaco, lá se desfez e se escondeu em (des)conversas várias de sentido dúbio, coisa a que já nos habituou sempre que o tema lhe seja incómodo. Quando assim é, deita a mão à paleta ― e lá vai disto: mistura as cores todas na tela e já se sabe no que dá.
Pacheco Pereira, verdade se diga: mais uma vez não teve pejo em dizer o que pensa confirmando a mudança (para pior) operada estes últimos dias em Cavaco Silva. Criticou, por exemplo, o candidato por ir a Lousã fazer demagogia e populismo sobre a linha férrea daquela região e por andar como que enganado a comportar-se ultimamente como se fosse candidato a primeiro-ministro em vez de o ser à presidência da República.
De facto Cavaco acabou por cair na contradição evidente de estar agora a criticar diariamente um governo que sempre se vangloriou de apoiar. E se dantes queria a estabilidade a todo o preço, agora até parece que uma crise política (lhe) seria benéfica.
Nota à margem. Percebeu-se finalmente por que razão Cavaco Silva criticou os administradores da CGD “destacados” para gerir o buraco do BPN (buraco cavado por uma quadrilha de (ex-)amigos de Cavaco, não o esqueçamos). É que, ao que se diz, as informações ora usadas para “desmascarar” a santidade de Cavaco, terão sido compiladas e saídas ultimamente daquele banco esburacado entregue àqueles administradores.
BOM DIA!