quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Peça Ensaística Quinquagésima Sétima, no âmbito de

Na Peugada de NOVOS RUMOS:

Um breve apontamento acerca da Nova Filosofia do Ambiente:


Ser culto es el único modo de ser libre
José MARTÍ (1853-1895).


Uma  necesaria  Nota proemial:

            --- A urbanização planetária pela obra transforma profundamente as conexões dos homens com a Natureza: ela chega a cercar o ambiente, com as suas auto-estradas, os seus centros comerciais, o seu habitat esparso, os seus parques de lazeres, etc. Evidentemente, permanecem florestas, montanhas elevadas, parques naturais, campos cultivados. Todavia, estes espaços não são, praticamente poupados, visto que se tornaram destinos turísticos, investimentos imobiliários, dependências urbanas e por vezes lixeiras
            --- A constituição de vários “meios urbanos”, desarrumam as antigas relações Cidade/Campo e Humano/Natureza e impõe uma “paragem”no âmbito da Filosofia do Ambiente afim de avaliar a sua dimensão e analisá-la.
(…)


(1)   O Desenvolvimento sustentável”, a tomada de Consciência ecológica, a Necessária adaptação das práticas e hábitos… Constituem algumas das novas palavras de ordem que provocam debate. Donde, as tentativas dos poderes públicos de fazer evoluir os seus próprios modos de pensar e de implicar os habitantes/cidadãos, nas suas acções… Todavia, entre, por um lado, o enverdecimento urbano, a preferência para as Energias renováveis, a triagem selectiva e a reciclagem… e, por outro, cidades mais ecológicas, não existe uma distância? De feito, uma parte considerável de iniciativas, que se reclamam de “desenvolvimento sustentável”, permanecem, apenas reciclagens, mais ou menos, hábeis de políticas prístinas e vetustas. Guias e cartas de boas práticas se multiplicam, sem, por essa razão, acarretar uma real conversão à sustentabilidade das acções, tanto dos poderes públicos como os dos simples cidadãos.
(2)   Ora, a despeito dos esforços produzidos, é-se coagido a verificar um desvio persistente entre o que as políticas públicas implantam e o que constitui os indícios dos habitantes, designadamente, no domínio ambiental. Outra das razões próprias do sistema de governo actual, à verticalidade dos poderes, às rotinas burocráticas, aos fundamentos históricos dos seus modos de intervenção, etc. Esta dificuldade resulta da aceitação outorgada à própria noção de “ambiente”. De facto, o Ambiente se encontra demasiado, amiúde enquadrado, numa abordagem ecológica e técnica de indicadores quantitativos, de normas e etiquetas… Donde e daí, ipso facto, somos confrontados com a Questão seguinte: Como escapar à uma tal abordagem? Eis porque, a nova Filosofia do Ambiente defende, avisadamente a Ideia segundo a qual a “paisagem” poderia, neste caso, em concreto, actuar e operar, dando a contemplar outros “ambientes”, com a condição de re (pensar) os seus elos/vínculos históricos. Eis nos, obviamente ante uma outra forma de actuar e agir, evidentemente…

Lisboa, 27 Outubro 2010
KWAME KONDÉ
(Intelectual/Internacionalista --- Cidadão do Mundo).