domingo, 26 de setembro de 2010

Peça Ensaística Quinquagésima Segunda, no âmbito de

Na Peugada de NOVOS RUMOS:

Ser culto es el único modo de ser libre
José MARTÍ (1853-1895).

Acerca da “Africanização” dos Postos:

(1)         É de facto verdade (evidentemente), que o processo da difusão obrigatória das Tecnologias próprias do mundo industrial se encontra, efectivamente, em marcha desde há já bastante tempo. Demais, se a questão da transferência é colocada com acuidade é porque, do ponto de vista dos países desenvolvidos e dos Governos dos países em via de desenvolvimento, o ritmo de adopção das técnicas importadas é demasiado lento. Donde, o “atraso de crescimento”, suposto, estar na origem da miséria, das fomes, da estagnação económica dos países descolonizados, sendo os empréstimos contraídos para melhorar a produtividade agrícola e implantar uma indústria não forneceram o potencial local necessário para funcionar, de modo autónomo.
(2)         Todavia, após a euforia das independências, os Africanos Negros, realizaram progressivamente que a soberania política não acarretara automaticamente a Independência Económica. Seria preciso “africanizar” os postos e se apoderar das rédeas da produção e da gestão. Desde a década de 1970, os governos puseram de pé amplos programas de formação e de aperfeiçoamento. Os antigos colonizadores se precipitaram na abertura franqueada e, deste modo, desde então, as transferências de Tecnologia constituem a aposta maior para os parceiros económicos. E, no âmbito desta dinâmica, os países ricos visam em simplificação a recuperação da sua posição (leia-se, outrossim, a famigerada dívida) e os países pobres (por seu turno), pretendem e desejam assegurar a auto-suficiência alimentar e o equilíbrio dos seus orçamentos.
(3)         E, eis porque, tanto no público como no privado, milhares de agentes, se aplicam, deste modo, na tarefa imensa de transmissão dos conhecimentos e das habilidades e perícias, no desígnio de os fazer aproveitar experiências adquiridas e de os ajudar a evitar erros que conduziram ao fracasso de numerosos modos de proceder.

E, um tanto ou quanto, em jeito de Remate:
--- Temos vindo a evocar o contexto no qual se colocou (e se coloca), presentemente (nos nossos dias de hoje), a Questão que se prende com as Transferências de Tecnologia.
--- Importa, todavia, analisar, actualmente as condições necessárias e, em princípio, suficientes para que essas se desenrolem, com um máximo de eficácia.
--- De alertar, que, a despeito de tudo quanto temos vindo a expender possa parecer desencorajador, porém, não é certamente, ocultando-se as dificuldades do problema que se consegue resolvê-lo.
Enfim, no fim de contas, não é a melhoria de vida que encontra resistências, mas, antes, os riscos de desperdício de valores sociais e humanos que esta melhoria pode fazer correr.

Lisboa, 25 Setembro 2010
KWAME KONDÉ

(Intelectual/Internacionalista --- Cidadão do Mundo).