Já foi tempo quando aos domingos pela manhã se formavam várias tertúlias de amigos em lugares públicos mais ou menos estratégicos da cidade de S. Filipe. Regra geral as conversas centravam-se nas peripécias que cada um tinha vivido no sábado anterior.
Eis que chega César Bengalinha, um boémio de primeira, homem de muito humor, que do alto dos seus metro e oitenta e tal conta:
É pá! Esta madrugada escapei de boa; julgava que o fulano tinha ido trabalhar à noite, então naqule escuro de breu que fazia, saltei para o quintal da casa dele… E não é que qualquer coisa não estava no seu lugar habitual pelo que dei um encontrão num bidão vazio que fez um barulhão do caraças! Nisto oiço abrir-se a porta da casa e alguém me alumia a cara com um light e me pergunta:
− O que fazes a esta hora no meu quintal, César?
− N’bem furtâ (vim roubar) – respondi-lhe…