“Ser culto es el único modo de ser libré”.
José MARTÍ (1853-1895).
“Les activités industrielles étant devenues
Planétaires, elles entendent réaliser de gigantesques
Economies d’échelle, et donc, par des technologies
Appropriées, contrôler et homogénéiser les
Comportements : les industries de programmes s’en chargent
A travers des objets temporels qu’elles achètent et
Diffusent afin de capter le temps des consciences qui
Forment leurs audiences et qu’elles vendent aux annonceurs ».
Bernard STIEGLER : Le désir asphyxié.
In Le Monde diplomatique, juin 2004
José MARTÍ (1853-1895).
“Les activités industrielles étant devenues
Planétaires, elles entendent réaliser de gigantesques
Economies d’échelle, et donc, par des technologies
Appropriées, contrôler et homogénéiser les
Comportements : les industries de programmes s’en chargent
A travers des objets temporels qu’elles achètent et
Diffusent afin de capter le temps des consciences qui
Forment leurs audiences et qu’elles vendent aux annonceurs ».
Bernard STIEGLER : Le désir asphyxié.
In Le Monde diplomatique, juin 2004
(1) Os « objectos transitórios », designadamente, as canções, os trechos de música, os elóquios, os filmes, as emissões de rádio e de televisão, os spots publicitários, os jogos vídeo, são caracterizados pelo escoamento do seu tempo. Desaparecem, sucessivamente (a pouco e pouco), na medida, aliás, que aparecem. São, de algum modo (por assim dizer) Objectos que passam. Gravado, num suporte multimédia, um filme não é um filme. Só existe, aliás, como tal, quando projectado e visionado e, unicamente, nesse momento.
(2) Estes objectos, em apreço e estudo, foram denominados, pelo filósofo alemão (o criador da Fenomenologia), Edmund HUSSERL (1859-1938), “Fluxos”. De sublinhar, que estes fluxos coincidem, durante o tempo do seu escoamento, com o escoamento do tempo, nas consciências humanas que os observam ou os escutam e para os quais (e, para eles unicamente) se tornam os objectos transitórios, para que foram concebidos. É este fenómeno de coincidência que permite às consciências humanas de se sincronizar com o tempo próprio destes objectos.
(3) Os Livros, ou mais geralmente, os Escritos não são objectos transitórios. Obviamente, o leitor pela decifração da Linguagem e pela sua imaginação vê uma história se desenrolar ante os seus olhos, sendo, no entanto mestre e senhor do tempo. Deste modo, pode “Ler”, mais ou menos, rapidamente, a seu ritmo, interromper e reatar, tão, frequentemente, tanto quanto, deseja e pretende…
(4) A Consciência Humana é fundamentalmente uma consciência de Si, da sua peculiar singularidade, do seu próprio tempo. Eis porque, o Indivíduo pode asseverar: Eu: “Porque disponho do meu próprio tempo, do meu próprio ritmo de pensamento, de existência”. “Consumindo” os objectos transitórios perde um pouco da sua consciência, isto é, um pouco de si mesmo.
(5) A Indústria Cultural, que produz, em grande quantidade, os objectos transitórios, compreendeu, sobremaneira toda a vantagem, que podia extrair desta sincronização das consciências. E, se associando à publicidade, encontra um meio de se financiar e a publicidade adquire a oportunidade de aceder a este tempo de consciência dos consumidores, desmultiplicado numa grande escala.
(6) Se Milhões de pessoas, através das grelhas de programas (TV, RÁDIO…) se sincronizam todos os dias, à mesma hora, com o mesmo objecto transitório, se interiorizam um comportamento de consumo de fluxos audiovisuais que lhes faz perder uma parte da sua consciência individual. Esta perda de consciência individual se efectua em benefício de uma consciência que não é a sua, de um passado que tende a se tornar um passado comum, ao ritmo das séries TV ou outras emissões recorrentes. É esta consciência de substituição, que não é a sua, que poderia ser qualificada como o fez, o filósofo e escritor francês, Bernard STEGLER, de Consciência de rebanho.
(7) Cada um pode, de modo correcto, evidentemente (ciente e conscientemente) escolher os momentos de sincronização que se concede para: escutar uma canção, ver um filme, escutar uma emissão de rádio, jogar à PLAY-STATION… Todavia, a capacidade de enfeitiçamento destes objectos transitórios é tal que se pode facilmente consumir nisso um bocado de Si, isto é, da sua consciência. De feito, é, de tal modo, tentador de se entregar a facilidade do tempo que se escoa, sem esforço, consoante um cenário que se não tem necessidade de escrever…com o risco de terminar no meio do rebanho dócil das consciências pré-formatadas.
(2) Estes objectos, em apreço e estudo, foram denominados, pelo filósofo alemão (o criador da Fenomenologia), Edmund HUSSERL (1859-1938), “Fluxos”. De sublinhar, que estes fluxos coincidem, durante o tempo do seu escoamento, com o escoamento do tempo, nas consciências humanas que os observam ou os escutam e para os quais (e, para eles unicamente) se tornam os objectos transitórios, para que foram concebidos. É este fenómeno de coincidência que permite às consciências humanas de se sincronizar com o tempo próprio destes objectos.
(3) Os Livros, ou mais geralmente, os Escritos não são objectos transitórios. Obviamente, o leitor pela decifração da Linguagem e pela sua imaginação vê uma história se desenrolar ante os seus olhos, sendo, no entanto mestre e senhor do tempo. Deste modo, pode “Ler”, mais ou menos, rapidamente, a seu ritmo, interromper e reatar, tão, frequentemente, tanto quanto, deseja e pretende…
(4) A Consciência Humana é fundamentalmente uma consciência de Si, da sua peculiar singularidade, do seu próprio tempo. Eis porque, o Indivíduo pode asseverar: Eu: “Porque disponho do meu próprio tempo, do meu próprio ritmo de pensamento, de existência”. “Consumindo” os objectos transitórios perde um pouco da sua consciência, isto é, um pouco de si mesmo.
(5) A Indústria Cultural, que produz, em grande quantidade, os objectos transitórios, compreendeu, sobremaneira toda a vantagem, que podia extrair desta sincronização das consciências. E, se associando à publicidade, encontra um meio de se financiar e a publicidade adquire a oportunidade de aceder a este tempo de consciência dos consumidores, desmultiplicado numa grande escala.
(6) Se Milhões de pessoas, através das grelhas de programas (TV, RÁDIO…) se sincronizam todos os dias, à mesma hora, com o mesmo objecto transitório, se interiorizam um comportamento de consumo de fluxos audiovisuais que lhes faz perder uma parte da sua consciência individual. Esta perda de consciência individual se efectua em benefício de uma consciência que não é a sua, de um passado que tende a se tornar um passado comum, ao ritmo das séries TV ou outras emissões recorrentes. É esta consciência de substituição, que não é a sua, que poderia ser qualificada como o fez, o filósofo e escritor francês, Bernard STEGLER, de Consciência de rebanho.
(7) Cada um pode, de modo correcto, evidentemente (ciente e conscientemente) escolher os momentos de sincronização que se concede para: escutar uma canção, ver um filme, escutar uma emissão de rádio, jogar à PLAY-STATION… Todavia, a capacidade de enfeitiçamento destes objectos transitórios é tal que se pode facilmente consumir nisso um bocado de Si, isto é, da sua consciência. De feito, é, de tal modo, tentador de se entregar a facilidade do tempo que se escoa, sem esforço, consoante um cenário que se não tem necessidade de escrever…com o risco de terminar no meio do rebanho dócil das consciências pré-formatadas.
Lisboa, 18 Dezembro 2009
KWAME KONDÉ
(Intelectual/Internacionalista --- Cidadão do Mundo)
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KWAME KONDÉ
(Intelectual/Internacionalista --- Cidadão do Mundo)