sexta-feira, 24 de abril de 2009

KWAME KONDÉ

INTERVENÇÃO TRIGÉSIMA SEGUNDA:

“Les Africains, tout comme leurs partenaires au
développement, s’accordent à dire que la réponse
devra être donnée par les Africains eux-mêmes. Ils
devront décider quelle manière et dans quelle mesure,
ils devront reformuler leurs politiques nationales et
internationales et les adapter aux changements des
années quatre vingt dix qui offrent à ce continent à la
fois des défis et des opportunités. »
Jean P. PRONK, in L’Afrique maintenant de Stephen
SMITH, Khartale 1995

« Le processus actuel de la mondialisation génère des
déséquilibres, entre pays et à l’intérieur des pays. Des
richesses sont crées,mais elles ne sont d’aucun profit
pour trop de personnes faute d’avoir suffisamment voix
au chapitre, ils ne peuvent guère influer sur le processus.
Pour la vaste majorité des femmes et des hommes, la
Mondialisation n’a pas répondu à leurs aspirations,
Simples et légitimes, à un travail décent et à un meilleur
Pour les enfants .Beaucoup d’entre eux vivent de l’économie
Informelle, sans droits reconnus, et dans de nombreux pays
Pauvres qui subsistent de façon précaire en marge de
L’économie mondiale. Même dans les pays dont l’économie
Est florissante certains travailleurs et certaines collectivités
Ont souffert de la mondialisation…Ces déséquilibres
Mondiaux sont moralement inacceptables et politiquement
Intenables. » In les conclusions de la Commission Mondiale
Sur la Dimension Sociale de la Mondialisation de 2004.

É um facto, assaz elucidativo, que a África, na verdade, se encontra confrontada com guerras de repetição, com a dependência económica, com a marginalização crescente, com delitos e danos das démarches obsoletas, com o esboroamento constante da autoridade pública, a despeito da legitimidade recuperada graças aos recentes impulsos democráticos.
De consignar, porém, que as populações africanas possuem todas (sem excepção) a sensação que os dias vindouros serão ainda mais piores que os de outrora e, mais, que os próprios de hoje, infelizmente.
Deste modo e, no âmbito deste contexto, a questão central consiste em encontrar as vias e meios, da mesma forma, criar todos os novos mecanismos que já mostraram eloquentemente toda a sua pertinência e toda a sua eficácia respectiva.

Demais e, por outro, revisitando os processos históricos do Continente, melhor se compreende quão urgente se afigura actuar, reencontrar um outro caminho e inventar novos conceitos que respondem à uma série de exigências incontornáveis, designadamente: a mundialização/globalização, a Paz e a estabilidade, a reinvenção de novas autoridades públicas eficazes, a ascensão para a modernidade, a construção de um pedestal de prosperidade, a luta contra os micro nacionalismos sempre devastadores.
Na realidade, actualmente, ou seja, melhor dito: Hoje, efectivamente, mais que nunca, ante à complexidade do desenvolvimento, a África deve agir, actuando, com segura e efectiva eficácia, pois que cedo ou tarde determinadas orientações já bem identificadas terão, ipso facto, de ser aplicadas e, outrossim implantadas, por motivos e razões assaz óbvias.
De feito, sobre as areias movediças da mundialização/globalização, as vibrações são tão fortes que a reorientação do porvir (devir) dos Africanos se torna um imperativo perante a robusta dinâmica da História. Sim, efectivamente, para resistir, com acertada eficácia, a África deve extrair dos arcanos da sua Alma as energias mais profundas para construir um novo Destino/Desígnio portador de três Vontades. E, explicitando adequadamente, temos, então:
--- Em primeiro lugar, a Solidariedade, para conduzir, juntamente, um aggiornamento, sempre, evitando deixar passar uma parte dos povos “au bord de la route”.
--- Ulteriormente, a ancoragem de novos paradigmas da acção pública, a soberania partilhada, a gestão transfronteiriça, a démarche participante, a descentralização, a escolha do diálogo e da concertação para expulsar os demónios do ódio entre as nações e no seu seio respectivo.
--- Enfim, a Preparação do futuro, pela criação de mega espaços de convergências, quadros de reagrupamentos indispensáveis para a dupla dinâmica, resistência e adaptação.

O tríptico acima enunciado e explicitado, de molde consentâneo, porá cobro à exclusão à contrapelo (melhor dito de forma adversa) da qual tantos sofrimentos foram, destarte, causados a tantos e tantos inocentes. Por outro, a movimentação dos Estados e, muito além das sociedades, constitui fonte de riqueza e de modernização. Permite, outrossim, reformar as formas de autoridades públicas actuais para os adaptar às inevitáveis evoluções. A ambiguidade actual, sinónimo de não escolha e a expectativa abonam em favor da incapacidade em inscrever a consequente acção na duração e, outrossim possuir ambição.
E, nesta dinâmica, acima enunciada, de uma margem para outra, todos (cada um de per si e, em si) experimentam dificuldades em compreender a frescura das ideias do intelectual, em aceitar as iniciativas dinamizadoras do empreendedor, em encorajar o trabalho de alerta das ONG (S), em melhor difundir o poder e em nivelar um corpo social inapto para defrontar os desafios da modernidade.

Finalmente, para concluir, na verdade, a sedimentação dos problemas e a fragilidade estrutural dos países Africanos, desorientam os cidadãos ante às forças de arrebatamento que, se não são domadas e reguladas adequadamente, conduzem ao precipício.

Lisboa, 23 Abril 2009
KWAME KONDÉ
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