Destinada primeiro às elites sociais, a máquina de café Nexpresso é hoje um objecto de uso bastante democratizado pela pequena burguesia urbana. E a difusão do seu uso à população em geral é apenas uma questão de (pouco) tempo.
Esta máquina, é claro, não se compara à roda ou à máquina a vapor; mas deve ser a maior invenção deste início de século.
O conceito em que se baseia irá por certo impor-se à humanidade nas próximas décadas ― pelo facto essencial de ser, indiscutivelmente, tal como a roda ou a máquina a vapor, um objecto libertador: concede a cada utilizador no mínimo mais 5 minutos diários de tempo livre, o que equivalerá a cerca de 103 dias úteis ao longo de 55 anos de utilização, por exemplo. Nada, mesmo nada, desprezível; sempre são quase três meses e meio inteirinhos de papo para o ar, de livro na mão, ou conforme bem se quiser. E se o utilizador for um cafeinómano valente, então...
E não nos esqueçamos que o tempo é o bem mais escasso que temos; e que é a única coisa que nada nem ninguém, por mais rico e poderoso que seja, consegue comprar.
Quer se queira quer não, este conceito de máquina de café entrará na maioria das casas um dia qualquer num futuro não muito distante.
Mais uma vez, parabéns à Nespresso!
Nota (para quem gosta de contas): Considerei como tempo útil diário 16 horas.