domingo, 4 de março de 2007
AI TIMOR TIMOR
No protectorado australiano de Timor Leste está em curso uma caça ao homem visando a captura do major rebelde, Alfredo Reinado. Segundo as notícias espalhadas um pouco pela Internet fora, tropas terrestres australianas, apoiadas por carros blindados, aviões e helicópteros, buscam Reinado na localidade de Same.
Se por um lado há notícias de que Reinado foi ferido e está já capturado, há também, por outro, notícias, como esta por exemplo, das 7:20 PM de Timor (de há cerca de três horas atrás, portanto), do site australiano “BigPond” que diz que Reinado escapou ileso ao ataque e está a monte.
João Carrascalão, inimigo político da FRETILIN, e também de Xanana, já veio dizer que «começou a guerra civil em Timor». Mas apoiantes de Xanana dizem que tudo está calmo e que Reinado só tem com ele 60 homens e não representa mais ninguém.
Assim sendo não se percebe qual a razão de tão grande aparato militar australiano para capturar o homem. Mas adiante.
Vivo a saga do major Reinado com alguma paixão e interesse, até porque o Sporting não me tem empolgado ultimamente, deixando-me órfão de vivencias emocionais fortes, catando notícias e lendo a correspondência na esperança de encontrar algo que me tire desta solidão e pasmaceira interior. E eis que tenho Reinado à mão. Reinado é assim como que uma espécie de Zé do Telhado lá do sítio. É criminoso, mas é um criminoso simpático e aventureiro ― dois ingredientes fortes para a gente gostar dele apesar das “incorrecções” políticas e militares que pratica. Por isso eu comecei a ler tudo o que se escreve sobre ele e investiguei um pouco para tentar saber minimamente quem é o homem.
E não foi difícil concluir que Reinado é um desgraçado. A desgraça de Reinado parece ter sido a de se ter aliado a Xanana para derrubar Alkatiri, mas tê-lo feito sujando as mãos e não se calando depois, implicando assim o presidente timorense na sujeira do golpe e tornando-se por isso um aliado incómodo de Xanana.
Nesta conformidade, só restava a Xanana mandar prender (talvez calar) o major Reinado. E parece que isso foi o que Xanana combinou com o actual primeiro-ministro, Ramos Horta, o enxofrado e equívoco Prémio Nobel da Paz ― Leandro Isaac diz que Horta é Nobel da Guerra ― o qual terá pedido aos australianos que cumprissem essa missão.
Eu apoio Reinado e espero que ele se transforme num autêntico Robin dos Bosques timorense; que fuja dos australianos melhor que Xanana fizera com os indonésios; e que apareça de vez em quando para infernizar a vida aos golpistas ex-aliados e assim, a modos que um Conde de Monte Cristo, vá cumprindo metodicamente o seu ajuste de contas com Horta e com Xanana.
Nota: na fotografia em cima, na da direita, temos Reinado com Xanana nos tempos em que eram aliados políticos.