sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

OH MARAVILHA!

Engolido o vinho irradiante lhe cruzava o céu-da-boca. Espremido nos lagares de uva da Borgonha. É o calor do sol. Parece um toque secreto contando-me recordações. Tocados seus sentidos humedecidos relembravam. Escondidos sob os fetais silvestres de Wowth. Debaixo de nós a baía dormente céu. Nenhum som. O céu. A baía púrpura perto do cabo Leão. Verde por Drumleck. Verde-amarelo rumo a Sutton. Campos submarinos, linhas de um pardo desmaiado por entre a relva, cidades enterradas. Almofadada no meu paletó tinha ela sua cabeleira, fura-orelhas, em sarças de urze minhas mãos sob sua nuca, tu vais me despentear todinha. Oh maravilha!

[James Joyce – in Ulisses]