terça-feira, 14 de novembro de 2006

POSTA FEDORENTA

A Civilização tem requisitos que acabam por desembocar na cultura e na educação das colectividades humanas e no próprio indivíduo. Um desses requisitos é a educação dos hábitos intestinais de cada um de nós.

Pode parecer a alguns, ou mesmo a muitos de nós, que assim não é; mas a verdade é que isso faz parte integrante da educação de cada indivíduo e insere-se na cultura da comunidade.

Não é a qualquer hora e em qualquer lado que se deve fazer o cocó quotidiano.

Só excepcionalmente, numa emergência por alterações fisiológicas causadas por doença ou ingestão de produtos estragados, por exemplo, deve acontecer onde for mais conveniente.

De resto, cabe ao indivíduo ser educado e educar-se habituando os seus intestinos a funcionar, em casa, sensivelmente à mesma hora, ou aquando de um acontecimento quotidiano regular, como é o acordar de manhã, por exemplo. Excepcionam-se, como é evidente, os indivíduos que trabalham por turnos variáveis e por isso não têm rotinas quotidianas.

Por isso não se entende, por exemplo, aquele senhor doutor, aquele senhor engenheiro, aquela senhora professora, que, no serviço, às horas que calhar, se senta no trono e empesta o ambiente da retrete e os corredores circunvizinhos com os odores nauseabundos das suas fétidas tripas.

É que há pessoas que, para agravar ainda mais a situação, entram numa retrete, ficam lá meia hora ou mais a evacuar, e durante todo aquele tempo não accionam o autoclismo uma única vez sequer; ficam sentadas no trono a banhar-se nos vapores odorantíssimos do cocó que vão fazendo, no que saem de lá - não só deixando pestilento o ambiente, como ainda com a roupa e os cabelos impregnados do mortífero vapor das suas humanas entranhas.

O que acontece no local de trabalho também, às vezes, acontece em nossa casa. Quando uma visita ou convidado pede-nos para ir à nossa casa de banho. Tudo bem, dizemos - que remédio, apetece-nos dizer -. É que pode tratar-se de um “incivilizado” que quando sair de lá nos deixará com vontade de mudar de casa ou de contratar um meteorologista experiente que nos faça passar um temporal ou mesmo um ciclone tropical de grau 7 pelo WC e todas as divisões da habitação.

Por isso, caro/a amigo/a, se ainda o não é:

Civilize-se.

Eduque-se.

Tome boa conta dos seus intestinos.

Não esfregue o interior das suas tripas nos narizes dos outros.