Como os serviços secretos americanos e australianos tinham previsto, vinha aí (já veio) chumbo grosso em Timor. Por isso prepararam e executaram a evacuação atempada dos seus cidadãos.
Lembremo-nos que esses dois países ofereceram a Portugal a oportunidade de fazer o mesmo aos portugueses residentes em Timor. Absurdamente armado ao pingarelho, o governo português, mostrando-se ofendido com a oferta, recusou-a liminarmente.
Agora que o braseiro está aceso e já não há civis americanos e australianos em Timor, é ver o espectáculo triste e lamentável de civis portugueses dormindo na rua, ao relento, nas imediações do aeroporto de Díli, à espera que alguém os tire de lá para fora.
Não fora a “ingerência” (no dizer de Freitas do Amaral) dos australianos, que enviaram militares para Timor, mesmo antes da autorização da ONU, a esta hora algum português poderia já estar feito em churrasco.
O que vale é que a Austrália está sempre de olho em Timor e ao menor burburinho aparece para tomar conta da situação cortando as vazas à Indonésia. Eu sei que é por causa do petróleo de Timor, eu sei!; mas ao menos a Austrália não faz cabidela com o sangue dos timorenses.